quinta-feira, 19 de junho de 2025




Lentamente, aos poucos,

o amor vai nos abandonando,

como um barco que se afasta do porto.


Razão da aflição, da agonia 

que habita o coração de quem vê tudo

a contragosto desmoronar.


Por conta desse sentimento que compõe, dispõe,

impõe seus ácidos enredos.

Cujos enigmas não consigo decifrar.


Devagar, calmamente, o sol declina, o dia expira,

sem que nada de especial tenha acontecido.

Mais um dia sem te ver, mais um encontro adiado.

Reluto em admitir que talvez não sintas 

o que eu sinto.

Que não sintas a minha falta como sinto a sua.

O que explica esse distanciamento

que, afinal de contas, tanto me angustia. 


Já não aguento essa situação.

Chega de enganar o coração.

Chega de deixar que esse amor

unilateral ofusque a razão.

Hora de deixar ir, deixar partir.

Como um barco que se afasta do porto

lentamente. 












 































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