Lentamente, aos poucos,
o amor vai nos abandonando,
como um barco que se afasta do porto.
Razão da aflição, da agonia
que habita o coração de quem vê tudo
a contragosto desmoronar.
Por conta desse sentimento que compõe, dispõe,
impõe seus ácidos enredos.
Cujos enigmas não consigo decifrar.
Devagar, calmamente, o sol declina, o dia expira,
sem que nada de especial tenha acontecido.
Mais um dia sem te ver, mais um encontro adiado.
Reluto em admitir que talvez não sintas
o que eu sinto.
Que não sintas a minha falta como sinto a sua.
O que explica esse distanciamento
que, afinal de contas, tanto me angustia.
Já não aguento essa situação.
Chega de enganar o coração.
Chega de deixar que esse amor
unilateral ofusque a razão.
Hora de deixar ir, deixar partir.
Como um barco que se afasta do porto
lentamente.
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