e já não é sem tempo
Tudo o que mais desejo é não ter desejos.
Ser o verme que penetra a fruta.
Livre, leve, solto, como se estivesse voando
para fora de mim mesmo.
Astronauta pisando em estrelas.
Distraído como a solidão das borboletas.
Afinal, se juntos nos dividimos,
se distantes nos aproximamos,
de que vale querer, sofrer
por algo que não podemos ter ?
Todas as coisas que mais desejo
não me desejam.
Se esquivam.
Me evitam.
Cansei de querer e não ter.
De correr atrás e ficar para trás.
O que busco nem sabe que existo.
Não se deixa possuir.
Talvez por não saber pedir.
Talvez por não saber esperar.
Talvez por pedir, por esperar demais.
Vá saber.
Por via das dúvidas, nada mais quero.
Nada mais almejo.
Além de tempo para aprender
a voar com minhas próprias asas.
E já não é sem tempo...
Nenhum comentário:
Postar um comentário