domingo, 13 de julho de 2025


                       meu canto



Sou como um viajante que se perdeu 

ao longo do tempo. 

A espera do que não veio.

Os sonhos de barro, quebrados.

Despreparado para as falsetas da vida.


Sou o que restou de mim.

Uma fração do que era para ter sido.

Mas de raízes profundas, adubadas

por um coração generoso.

Subsistindo na pátria em que nunca deixei

de ser menino.


O que eu levo da vida é a magia

dos momentos que pareciam eternos.

A lenta juventude, a falsa impressão de que

o amor nunca me trairia. 


Na vida de sonhos desfeitos e lamentos,

meu canto é meu unguento.

Sob o luzeiro de quem finda a cada passo, 

canto os frutos alcançados, 

os anos plenos e dourados.

Canto a vida partida e repartida. 

E tudo mais que foi doçura e mentira.







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