segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

O EXEMPLO DE QUÍRON 
      



                                 
Coração exaurido, empedernido,
quixotescamente destemido,
tendo se tornado com o tempo mais ponderado 
e maduro, 
pensei fazer-lhe um favor ao deixá-lo em paz.  
Mas eis que, ao contrário,
como um cavalo alado, centauro desgarrado,
ao invés de aquietar-se,
engendra quimeras e fantasias
como os sonhos de um doente.

Assim como o corpo cansado 
padece com os fardos da vida,
a alma também se verga diante do peso
das aspirações e paixões 
que já não consegue carregar.
Todos os dias nos conduzem a morte.
O último passo ao cadafalso
é apenas questão de tempo.
Há os que, de pavor, antecipam a mão do carrasco
e morrem aos poucos quando abdicam de viver.
Outros tratam de tirar proveito enquanto podem,
sem preocupações demasiadas,
cientes de que cada dia é igual a outro qualquer,
até deixar de ser.

O mesmo sol, a mesma lua, as mesmas estrelas
que nos contemplam desde os primórdios,
é que permanecem,
independentemente do que fomos,
do que fizemos.
Coisas boas ou más 
Tudo perece e renasce. Parte e se refaz.
O sentido da vida não está na extensão,
mas em sua essência.
De nada vale viver muito e nada fazer.
Mirem-se no exemplo de Quíron,
que recusou a imortalidade 
em troca de um legado nobre
e uma morte tranquila.









quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

              

                    VIA CRUSIS




Não há um dia sem luta e sofrimento
Não há um dia sem perdas e privações
Sem desgostos e decepções, não há um dia
Na via crusis de dúvidas, inquietações, provações...
Não há um dia sem choro e ranger de dentes

Ninguém vem à vida a passeio
Tudo tem seu preço
Tudo muda num piscar de olhos
Um carro desgovernado, uma bala perdida
uma casca de banana
E tudo vai para o espaço
Inapelavelmente terminado
Irremediavelmente acabado
Sem que nada se possa fazer a respeito
Posto que ninguém é dono de seu destino
Tudo que nos cabe é tentar atenuar
as dores que não se pode evitar
Pois assim é a vida
"gementes et flentes in hac lacrimarum valle"




  

terça-feira, 23 de janeiro de 2018

domingo, 21 de janeiro de 2018




               
           DE MALA E CUIA  ( letra de música)

Se não há mais nada que possamos fazer
Se já fizemos de tudo
e não deu pra se entender
De juras e promessas vãs não se pode viver
Se tens algo mais a dizer
digas agora 
antes que eu vá embora
De mala e cuia e coração partido
mas com a sensação de dever cumprido

Nosso tempo já deu
nosso prazo esgotou.
De altos e baixos vivemos nossa história
coisas bonitas que levaremos sempre na memória
Pena não ter dado certo
Pena não ter sido eterno
Já não importa saber o que deu errado
as razões de tanto desencontro
vai ver, não fomos feitos um para o outro...

sábado, 20 de janeiro de 2018






Não vivi nada de muito extraordinário na vida, mas em compensação, tive a sorte de conviver com pessoas extraordinárias.




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