quinta-feira, 1 de março de 2018

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

                  

                         escambo

Vivemos sob o signo do escambo. 
Do toma-lá-dá-cá escrachado e deslavado. 
Ninguém faz nada sem vislumbrar algo em troca. 
De preferência, em espécie. 





terça-feira, 27 de fevereiro de 2018





                      




O moleque tem fome. 
O indigente tem fome. 
A fome nos rodeia.
Mais da metade da população mundial passa fome. 
Também pudera, com a riqueza do mundo 
concentrada nas mãos de 10% das pessoas. 
Com a grande maioria ganhando menos do mínimo 
necessário para viver com dignidade. 
Vivendo em locais insalubres, 
sem acesso à educação, assistência médica, 
saneamento básico. 
À mercê de governantes, milícias, grupos extremistas 
inescrupulosos e violentos.

Situação que só tende a piorar. 
Com os conflitos que se agravam 
no cíclico recrudescimento da beligerância, 
sob os pretextos de sempre. 
Com as reservas de água potável cada vez mais escassas. 
As mudanças climáticas 
acentuando o processo de degradação ambiental, 
comprometendo as safras agrícolas e a produção de alimentos.
Vírus, bactérias, cepas de doenças desconhecidas 
e letais dizimando pessoas como moscas.

Contexto no qual o aumento da miséria e dos conflitos 
étnico-raciais e hegemônicos 
incrementa ainda mais o êxodo migratório. 
E consequentemente, o drama dos guetos 
e campos de refugiados que envergonham a civilização. 
Que por sua vez, continuará sofrendo com a violência 
e o terror disseminados nos grandes centros urbanos.
Sinistro. 
E quando a peste se espalhar, cobrindo de luto 
o céu da humanidade, saberemos por quem 
os sinos dobram.
Hemingway estava certo.






          

                    
OREMOS !






A vida exige que sejamos fortes
corajosos
Mas às vezes isso não basta
É preciso ser de ferro
Para aguentar o tranco
Suportar o repuxo
Segurar a onda

Como de super-heróis nada temos
A não ser a vontade e a determinação
Há que fazer das tripas coração
E seguir em frente
Pois como diz o outro
O que não nos mata, nos fortalece !

(Afora isso, só para garantir,
 reze dez Ave-marias e dez Pai-Nosso,
segura na mão de Deus, e vai !) 



domingo, 25 de fevereiro de 2018




       CAINDO NA REAL

                           

Quando te perguntarem por mim, me faça 
um último favor :
diga o que realmente aconteceu.
Ou diga que morri.
Assuma, deixe de subterfúgios
desconversar pra quê ?
Abra o jogo, conte para os outros
o que esconde de mim.
Fala que sou uma fraude

ou qualquer coisa do gênero.
Bote para fora toda bronca e mágoa.
Talvez te faça bem desabafar.
Se é que isso vá fazer alguma diferença.
Se é que essa situação te incomoda,
como incomoda a mim.
Ou deixa estar.
Um dia a ficha cai.
A minha ou a sua.
Doa a quem doer.

                                 
Já não espero nada de ninguém.
Afeto, amor, tudo acaba.
O tempo é implacável.
Só o que nos resta é manter as aparências.
Cumprir com as obrigações.
Fazer o dever de casa.
Pagar as contas, andar na linha,
dentro das convenções de praxe.
Que consistem num monte de obrigações,
sem qualquer reconhecimento.
Não espere que te estendam a mão.
Não espere compreensão, boa vontade.
Todo mundo só pensa no próprio umbigo.
Você só terá valor e aceitação
na medida que for útil, que corresponda 
as expectativas alheias.
Por sinal, sempre elevadas.

                                 
Não se iluda, não se engane com as aparências,
seu conceito está diretamente
vinculado ao que pode dar e oferecer.
Caia na real, sem drama.
Não alimente expectativas.
Não guarde ressentimentos, 
e deixe o tempo fazer o resto.
                                




  

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