segunda-feira, 12 de novembro de 2018


                
                              o jogo





jogar o jogo. 
jogue o jogo.
é como deve ser.
não é você que faz as regras.
cabe apenas adequar-se.
amoldar-se.
entender como se joga.
como funciona, como se faz.
não queira bancar o bonzinho.
não pense que vão aliviar para o seu lado.
o jogo é pesado.
vale tudo.
há de tudo.
compete a você optar
para que lado quer jogar.
fique atento, fique esperto
mas é bom saber que o melhor 
nem sempre vence.
que o árbitro não é confiável 
e a torcida volúvel
não se empolgue com os aplausos
não desanime com as vaias
faça o seu jogo.
faça a sua parte.
aprenda a ganhar e perder.
é como se joga o jogo da vida
*"nem sempre ganhando, 
nem sempre perdendo
mas aprendendo a jogar..." (*Guilherme Arantes)






                              
                             

                   A CURA

o óbvio. 
porque é tão difícil enxergar o óbvio ?
mesmo o óbvio ululante.
aquilo que salta aos olhos de qualquer imbecil ?
aquilo que está debaixo do seu, do meu nariz
e não enxergamos.
o ridículo a que nos expomos.
as mancadas que cometemos,
quando se é carta fora do baralho.
quando fazemos papel de idiota,
infantil, ingênuo.
tão óbvio, e não vemos.

porque é tão difícil cair na real ?
ver que seu grande amor já era.
que nem tão grande era,
como o tempo revela.
ver que tudo é circunstancial,
que a paixão acaba.
quando não há mais interesse,
alguém sempre sobra.
porque reluta em aceitar 
que ela não te quer mais ?
que pisou na bola,
e não adianta negar.
a quem quer enganar ?

por que é tão difícil admitir 
que tudo é condicional ?
que o que se tem e se recebe,
depende do que oferecer em troca.
que o seu velho amor era uma farsa 
e o novo amor no fundo não é diferente.
um dissimulado, o outro esculachado,
posto que ninguém ao outro conhece.
   
arre ! basta de humilhação e sofrência. 
há que se dar o devido valor.
esquecer quem não fez jus, 
não soube valorizar 
o que com tanto sacrifício se construiu
o seu querer, sem razão de ser.

e em sendo certo outros enganos,
bem-vindo seja o novo querer,
o coração que se vire.
que a dor do amor que se foi,
com um novo amor se cura.
















domingo, 11 de novembro de 2018


                
          sempre há um preço à pagar


 


Não há lhaneza e candura na vida real
A beleza, o amor e a poesia estão em todo lugar
Mas a torpeza impera, honradez é exceção à regra.

No jogo jogado, não há boa fé, inocência.
Bate-se da medalhinha para cima.
Batem sua carteira ao menor descuido
Lorotas, armações, o vale-tudo é generalizado.

Exagero ? Pois eu não conhece ninguém
que já não tenha sido enganado, logrado, passado 
para trás
No trabalho, no amor, no trato com as pessoas.
É a lei da vida, tentar levar vantagem em tudo.
Otários é que não faltam.
Gente que ainda conserva resquícios de humanidade.
Presa fácil, espécie em extinção...

Vislumbro um mundo em que todos serão espertos.
E não vai demorar muito.
O aprendizado hoje começa mais cedo,
Tendo smarthphones, computadores, yourtubers, e gurus 
de toda ordem à palma da mão.
Desde a mais tenra idade.
Nossos filhos saberão muito mais do que nós.
Muitos já sabem. Coisas que nem imaginamos.

Obviamente, tudo muito ralo e superficial.
Craques em tecnologia, pernas de pau no restante.
Educação, cultura, caráter, estão no banco de reservas
da era digital.
Não há atalhos para amealhar o verdadeiro conhecimento
Assimilar os valores clássicos, 
que os gregos nos legaram.
Aquelas tolices que as novas gerações desconhecem e desdenham.
Tolices que embasam o verdadeiro conhecimento.
Que nos permite respeitar, ver e valorizar o que de bom 
a vida nos dá.      
Ter olhos para ver e coração para sentir
Aptos a amainar a dura realidade
Capazes de viver com dignidade
Sem passar por cima de ninguém, sem enganação
Posto que a justa lei máxima da natureza,
que premia e protege os bons,
no fim prevalece, a tudo se sobrepõe.

Podem acreditar, meus caros,
não há um filho da puta 
que consiga ser feliz pisando e fodendo os outros.
Sempre a um preço à pagar.





  


sexta-feira, 9 de novembro de 2018

                

                    quem ama,  se engana




   
Não se amofine, não se apresse,
desesperar não carece.
O tempo se encarrega de tudo. 
De desvendar as coisas e trazer respostas
Curar a feridas, apascentar a alma. 
Dosar tudo de bom ou ruim 
que acontece em nossas vidas. 

Há sempre surpresas, revelações,
quando menos se espera.
Situações, intrigas, questões mal-resolvidas vem à baila.
A verdade tarda mas não falha.
Um dia a máscara cai e as pessoas se revelam. 
Revelam aquilo que está na nossa cara e não víamos.
Ou quando o acaso mexe os pauzinhos.
Ninguém engana os outros o tempo todo.
Há um prazo para tudo. 
Pode ser 18 anos ou alguns meses.
Uma vida ou breve momentos.
Quem diz que ama é a mesma pessoa
que mente e te engana.
Para manter as aparências, quando é conveniente.
Que te sacaneia, quando deixa de gostar.
Nem parece a mesma pessoa.
De repente mostra a verdadeira face.
Não há como saber.
Quem ama, se engana.
E como !

















quinta-feira, 8 de novembro de 2018



                     SEMANCOL

...quando se chega ao extremo de pedir perdão sem ter culpa, de pedir desculpas por algo que não fez, e ainda assim não ser perdoado nem desculpado, é hora de se mancar e tirar o time de campo, pois é óbvio que estão cagando e andando para você.
















Da série, minha vida virou uma piada

Tem um catador de papelão, um desses tantos carrinheiros que faz dessa insalubre atividade um meio de vida, que há mais de 10 anos reside debaixo de uma das marquises de minha firma, aqui na Ponta da Praia. Como a loja é de esquina, aproveitou uma das extremidades onde quase não passa ninguém, e instalou um velho sofá, onde passa as noites, coberto por uma espécie de lona de plástico. A prefeitura já tentou removê-lo várias vezes, chegaram a levar um outro sofá e apetrechos que ali guardava, mas ele bravamente resiste, dizendo gostar dali e que ali pretende ficar, enquanto eu permitir.
Ora, por mim tudo bem, ele jamais me incomodou, não é de fazer sujeira, e não deixa de ser uma espécie de vigia atento a tudo que rola num pedaço sabidamente da pesada. Sem falar no inacreditável bom astral do sujeito, que tem sempre algum comentário ou algo engraçado na ponta da língua. 
Como outro dia, quando se aproximou tão logo desci do carro, e logo vi que queria puxar conversa, ou talvez pedir um trocado, como às vezes faz. Mas não. 
"Tudo bem com o senhor, patrão ? 
"Está, sim, Messias (o nome dele), e com você ? "
"Tudo sob controle, como sempre. O senhor sabe que comigo não tem tempo ruim", aduziu, emendando :
"Desculpe falar, mas tenho notado de uns tempos pra cá que o senhor está diferente. A cara amarrada, parece triste... Desculpe me meter, posso estar falando bobagem, mas não deixa a peteca cair, não. O senhor é do bem, logo as coisas melhoram..."
Agradeci, meio sem jeito, e não pude deixar de me admirar diante do exemplo de galhardia e sabedoria inata daquele zé ninguém, provavelmente mais feliz do que eu, com minha vidinha de burguês, mas cheio de merda na cabeça. 


Postagem em destaque

Sejamos sinceros : há momentos na vida de um homem  em que só mesmo recorrendo aos serviços de uma puta.  Que nada espera, nada exige, além ...