quinta-feira, 14 de março de 2019
decifra-me, eu te imploro
O nexo inútil das coisas roreja,
metodicamente.
Fragmenta a alma vilipendiada,
esculpe a vida à revelia de tudo.
No desalinho geral das razões e motivos,
a fé nos liames do desespero.
Fé que nem sempre salva. Quando muito mitiga.
Dor, perdas, sofrimento, morte,
únicas certezas na vida sem nexo.
Indiferentemente aos por quês.
Razões e justificativas não contam.
Alheios ao que acontece ou deixa de acontecer.
Desatinos, loucuras, surtos,
merdas que a gente faz, sem medir consequências.
O castigo vem à galope.
Na incerteza de tudo,
caindo e levantando,
pisando e pisados,
A vida laça e desenlaça.
Dá e tira.
O diabo sempre à espreita.
O amor passa ao largo, como que a dizer :
decifra-me, eu te imploro.
de pedra em pedra
Pairam acima dos dias, profecias do fim do mundo
que não finda.
Por que o peregrino conhece todos os caminhos
e o penitente não ?
A pedra é só uma pedra, mas de pedra em pedra
se faz castelos, pirâmides.
Por que o peregrino conhece todos os caminhos
e o penitente não ?
A pedra é só uma pedra, mas de pedra em pedra
se faz castelos, pirâmides.
Tudo é tarde, tarda a maneira perfeita de amar.
De ser amado ressente-se o tenaz guerreiro.
De romper o novo a alma dista, morre à distância.
Desabando sem gritar.
A vida pobre, rica em quimeras, no caos se precipita.
O fogo da paixão crepita cumprindo ritos em que
De ser amado ressente-se o tenaz guerreiro.
De romper o novo a alma dista, morre à distância.
Desabando sem gritar.
A vida pobre, rica em quimeras, no caos se precipita.
O fogo da paixão crepita cumprindo ritos em que
imaginação passeia.
Em meio aos oratórios já vazios, o mundo imaginado
Em meio aos oratórios já vazios, o mundo imaginado
não existe, num apagar de rostos e sentimentos.
Um ser metafísico procura-se e não se acha.
Evade-se o tempo em que tudo era perfeito.
Reduzido à rotas sem setas.
Pontes queimadas, sem volta.
A semente das horas contendo a vida já não germina
Evade-se o tempo em que tudo era perfeito.
Reduzido à rotas sem setas.
Pontes queimadas, sem volta.
A semente das horas contendo a vida já não germina
no solo árido.
O fruto apodrecido, a estrada bifurcada, nada nunca
O fruto apodrecido, a estrada bifurcada, nada nunca
mais será o mesmo.
A explosão ingênua de desejo é como um barco avariado
prestes a afundar.
Não há mais nada a perder.
A explosão ingênua de desejo é como um barco avariado
prestes a afundar.
Não há mais nada a perder.
quarta-feira, 13 de março de 2019
segunda-feira, 11 de março de 2019
BALELAS
Dizem que para tudo há um propósito,
mesmo aquilo que parece não ter propósito.
Ou seja, quase tudo...
Dizem que Deus sabe o que faz,
que escreve certo por linhas tortas.
Resta saber em que idioma.
Dizem que é preciso ter fé,
que quem espera sempre alcança.
O problema é que esperar, cansa.
Dizem que o amor tudo supera,
que quem ama, perdoa.
Outra balela. Há coisas que o amor não supera.
Há coisas que o amor não releva.
louco, quase vilão
Já não tenho,
em meu permanente desassossego,
a ilusão de poder mudar.
Encontrar alguém que me faça ser diferente.
Uma pessoa melhor, digamos assim.
Não por falta de boa vontade,
muito menos de auto-crítica.
Sei bem como sou, até onde posso ir.
Já fiz de tudo para mudar,
domar o temperamento, controlar os impulsos,
mas sempre dou com os burros n'água.
Estou sempre a quebrar a cara, deixando a desejar.
A dar razão àquela que um dia, disse-me ser esta
em meu permanente desassossego,
a ilusão de poder mudar.
Encontrar alguém que me faça ser diferente.
Uma pessoa melhor, digamos assim.
Não por falta de boa vontade,
muito menos de auto-crítica.
Sei bem como sou, até onde posso ir.
Já fiz de tudo para mudar,
domar o temperamento, controlar os impulsos,
mas sempre dou com os burros n'água.
Estou sempre a quebrar a cara, deixando a desejar.
A dar razão àquela que um dia, disse-me ser esta
a minha essência.
Um caso perdido, portanto.
Talvez sim, talvez não.
Nem eu sei direito o que sou.
Desaprendido de mim, o coração é só o que me resta.
Louco, quase sempre vilão,
esquece da razão,
explode em emoção.
Amar, me doar, eis, pois, minha repartida essência.
Uma parte sadia, que me salva e redime.
Outra parte doente, que me condena à solidão.
A amargar a agonia de uma vida vazia,
Um caso perdido, portanto.
Talvez sim, talvez não.
Nem eu sei direito o que sou.
Desaprendido de mim, o coração é só o que me resta.
Louco, quase sempre vilão,
esquece da razão,
explode em emoção.
Amar, me doar, eis, pois, minha repartida essência.
Uma parte sadia, que me salva e redime.
Outra parte doente, que me condena à solidão.
A amargar a agonia de uma vida vazia,
sem direito à perdão.
Assinar:
Postagens (Atom)
Postagem em destaque
Por maior que seja a estima e a consideração, não cometa o erro crasso de achar que as pessoas fariam por você o mesmo que você faria por el...
-
DE SACO CHEIO Desconfio de pessoas que dizem não se arrepender de nada, mesmo porque, se errar é humano, não reconh...