quarta-feira, 4 de setembro de 2019






                      meus escritos








Prazer
Revolta
Hobie
Terapia
Auto-flagelação
Provocação
Retaliação
Apelo
Alerta
Harakiri
Tiro no pé
Entulho
Penitência
Vício
Vaidade
Insegurança
Teimosia
Esperança
Idiotice
Desespero
Fé (em quê, no quê, não sei)
Desabafo
Resgate
Tributo
Impotência
Inconformismo
Fervor
Capricho
Raiva
Satisfação
Dor...

Sim, é o que inspira meus escritos.
Tudo isso e um pouco mais.
Versos às vezes ternos, 
às vezes nada singelos.
Libelos nos quais me liberto.
Ruminações, reconheço, invariavelmente amargas.
Com certeza nem sempre racionais.
Posto que difícil calar o coração ferido,
mutilado. 
Sufocar o que tanto incomoda, machuca. 
Controlar o que não cabe no peito.
A dor surda clamando por reparação.









































Li e gostei : cuidado com o que tolera, pois está ensinando como te tratar.








Pensando bem, deve ser viciante bancar o fdp.
Porque, olha,é o que mais tem...







                            irracionalidade






A abundância sugere infinitude.
Que se pode usar e abusar
e nunca acaba.
Ledo engano.
Tudo acaba.
Mesmo o que abunda.

A natureza, o amor.
Não preservados, não sabendo usar,
um dia se extinguem.
Vão minguando, não se regeneram.
Não do jeito que eram.
De quando eram lindamente abundantes.
Antes que a irracionalidade imperasse.
E a triste visão de uma floresta calcinada,
o trágico sentimento de um amor maculado,
roubarem irremediavelmente a cena.




terça-feira, 3 de setembro de 2019




                 O CASTIGO


Não, não me dou o direito de ficar triste.
De ficar decepcionado, me atormentar com o velho
complexo de culpa. 
Não desta vez.
Primeira, porque já esperava.
O cenário estava desenhado, e não é de hoje.
A teia de aranha lentamente tecida.
Estrategicamente elaborada.
Não havia como escapar.
Sabia que um dia aconteceria.
Era preciso romper o último elo que nos unia.
Tomar para si a última coisa que restou de nossa
malfadada história.

Lutei com todas as armas que dispunha :
amor, amor, muito amor.
Não foi suficiente.
A desconstrução de minha imagem foi inegavelmente
eficiente.
Um crápula, na versão daquela que nenhum escrúpulo
mais conserva.
O que pode um menino de 12 anos fazer,
diante do maquiavélico labor de quem não hesita 
em matar o pai no coração de um filho ? 

Pois que assim seja, a partir de hoje 
para essas pessoas estou morto.
Seja feita a vossa vontade,
acaba aqui esse assunto.
Cada um que arque com as consequências
de seus atos.









segunda-feira, 2 de setembro de 2019



                   o prêmio


Peço desculpas por voltar ao tema
mas prometo ser breve.
Sem lamúrias nem chorumelas,
apenas um registro
de como são as coisas.
Aquela velha história de que o mundo dá voltas.
No meu caso, como se me visse
um dia no palco, 
na ilusão de desempenhar o velho
e digno papel de sempre;
no outro na platéia, como único
espectador do burlesco espetáculo
em que se transformou minha vida.

Pois estes são daqueles dias de poucas luzes,
em que me ponho a questionar
se realmente tenho agido certo, 
ao tratar de resolver as coisas a minha maneira.
Providenciar sustento, amparo, moradia àquela
que me enxotou de casa, forjou pretextos
para denegrir minha imagem,
inclusive perante nosso próprio filho. 
Tendo como paga, desprezo, desprezo, 
desprezo sem fim.

A vontade nessas horas é de largar tudo, riscar do mapa,
deixar que se vire por conta própria,
ao menos até que a justiça ponha fim ao litígio
que insiste em manter,
não obstante tudo que tenho feito.
Mas eis que em meio ao cipoal de dúvidas e frustrações
em que me vejo enredado,
colho os frutos das sementes boas
que lá trás plantei, com a graça de Deus.
Meus filhos, Allan e Angelo, 
de quem por tanto tempo me distanciei, 
justamente em função de ter desertado da 
minha primeira família, 
e que teriam todos os motivos
para me criticar por fazer o que tenho feito, repito,
de livre e espontânea vontade. 
Primeiro um, depois o outro, a seu tempo, 
praticamente repetiram as mesmas palavras.
"Pai, pensa bem, tenha calma.Continue fazendo o que
você sempre fez, siga a sua consciência,
o que o seu coração manda, sem esperar reconhecimento.
Para ela também não deve estar sendo fácil, 
e o Breno é apenas um menino. 
Tenha paciência com ele, como teve com a gente."

Pois é. Meus dois eternos meninos, que sempre foram
vistos como inimigos por ela, 
que até intrigas plantou para de um deles me separar,
mostrando os homens que se tornaram.
Eis o meu prêmio, não vivi em vão.














   







  

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