quinta-feira, 5 de setembro de 2019
QUANDO
Quando paramos de crescer.
Quando cessamos de querer.
Começamos a morrer.
Quando esquecemos de viver.
Quando deixamos de sonhar.
Começamos a morrer.
Quando desistimos de tentar.
Quando paramos de lutar.
Começamos a morrer.
Quando perdemos a vontade.
Quando renunciamos ao amor.
Nem nos tocamos, mortos já estamos.
as paredes pensam, as paredes pensam, as paredes
as paredes pensam,
não, as paredes não pensam.
a cama pensa, a cama
a cama pensa
não, a cama não pensa,
o teto pensa, o teto cai, na minha cabeça
a cama pensa
as paredes pensam
as paredes me olham
me espiam
na cama rolo, sonho,
penso, na cama, durmo, acordo, rolo, perco o sono,
está escuro ainda,
as paredes me olham,
pensam que estou louco, mas não estou,
apenas cansado, cansado,
são 3 horas, boa noite amor
FRAGMENTOS
Fragmentada, a vida passa
em momentos que se intercalam, se entrecruzam.
Tudo escoa rapidamente.
O que era, já não é mais.
As peças no tabuleiro se movem, situações,
rostos se sucedem.
Prazeres, amores, relacionamentos, distraem o tempo,
até que a indiferença ou o ódio os traiam.
Da agonia alheia ninguém sabe, nem toma conhecimento.
O que não nos diz respeito, pouco importa.
No máximo um pouco de fingida atenção.
A vida é uma ferida aberta, que nunca cicatriza.
Experiências passadas desencorajam,
ninguém dá valor ao que é de graça.
Cedo ou tarde as pessoas sempre nos decepcionam.
As pessoas se decepcionam com a gente.
O tempo não cura, não trás alívio.
Quando muito aceitação, conformismo.
O futuro está à frente, mas é o passado que comanda.
Lembranças, punhais que perpassam a alma.
O que foi vivido é o legado eterno.
Imagens recorrentes, sempre presentes,
em desterros, vigílias, terrores noturnos.
Na impossível união de duas almas capitulamos.
O ponto de intersecção é o vasto mundo.
Vencedores e vencidos, no mesmo jazigo.
A ação liberta, porém o destino é traiçoeiro.
Tão íntimos quanto irreconhecíveis, os sonhos esfumaçam
como o fumo das queimadas outonais.
Impotentes à laceração do tempo, a excruciante dor não cessa.
Só as perdas são permanentes.
o fim de tudo é uma benção.
É duro abrir mão dos próprios princípios,
mas às vezes é necessário.
Para deixar de ser trouxa, por exemplo.
Há um limite para tudo.
Quando nada do que se faz tem valor.
Quando além da falta de reconhecimento,
a retribuição vem em forma de agressões gratuitas
e inescrupulosas.
Há pessoas que não merecem ser ajudadas.
São maldosas, pobres de espírito.
Que além de não se mostrarem gratas, ainda te exploram, prejudicam.
E o que é pior : as maiores decepções
costumam partir de quem menos se espera.
Os que cospem no prato em que comeram.
A estes, o desprezo e o troco na mesma moeda
infelizmente é a reação que se impõe.
Até mesmo porque não se perde o que no fundo,
nunca foi nosso.
quarta-feira, 4 de setembro de 2019
meus escritos
Prazer
Revolta
Hobie
Terapia
Auto-flagelação
Provocação
Retaliação
Apelo
Alerta
Harakiri
Tiro no pé
Entulho
Penitência
Vício
Vaidade
Insegurança
Teimosia
Esperança
Idiotice
Desespero
Fé (em quê, no quê, não sei)
Desabafo
Resgate
Tributo
Impotência
Inconformismo
Fervor
Capricho
Raiva
Satisfação
Dor...
Sim, é o que inspira meus escritos.
Tudo isso e um pouco mais.
Versos às vezes ternos,
às vezes nada singelos.
Libelos nos quais me liberto.
Ruminações, reconheço, invariavelmente amargas.
Com certeza nem sempre racionais.
Posto que difícil calar o coração ferido,
mutilado.
Sufocar o que tanto incomoda, machuca.
Controlar o que não cabe no peito.
A dor surda clamando por reparação.
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