a sabedoria das crianças
(para meu filho, Breno)
É preciso ser humano para aprender
a colher da mesma árvore, amor e desengano.
De rompantes e loucuras ser íntimo.
Posto que o caminho da sabedoria
é o descaminho.
Aprender às avessas, de trás para frente.
Apanhando, perdendo, caindo.
Pois o que está em jogo
não é a verdade,
mas o indivisível nada
que corrói a existência.
Se já não estás na antiga morada,
se da antiga vida não resta mais do que
laços desfeitos e despojos,
remova os cadáveres dos sonhos, irmão.
Persegue outra presa, animal.
Depõe a bagagem, abraça a imensa vida.
A delimitação prévia dos espaços, abdique.
Cada dia é um novo dia,
um renascimento.
Chega o momento de deixar de ser aprendiz,
expectador.
E nessa nova dimensão,
na juventude ou na velhice,
dispense a palavra tosca.
Deixe, simplesmente,
que a sabedoria das crianças
resgate
o que a vida suprimiu.
laços desfeitos e despojos,
remova os cadáveres dos sonhos, irmão.
Persegue outra presa, animal.
Depõe a bagagem, abraça a imensa vida.
A delimitação prévia dos espaços, abdique.
Cada dia é um novo dia,
um renascimento.
Chega o momento de deixar de ser aprendiz,
expectador.
E nessa nova dimensão,
na juventude ou na velhice,
dispense a palavra tosca.
Deixe, simplesmente,
que a sabedoria das crianças
resgate
o que a vida suprimiu.