quinta-feira, 26 de dezembro de 2019





          quando a ficha demora a cair



Quando a namorada diz que não pode ir te ver 
porque precisa fazer as unhas.


Quando ela mente na cara dura e ainda fica brava 
quando você questiona.



Quando ela diz que não é interesseira, 
mas condiciona tudo ao dinheiro.


Quando ela diz que já é ninfomaníaca, 
mas com você, só na base da barganha.


Quando ela te bloqueia nas redes sociais,
alegando que você é muito ciumento.


Quando ela te evita na cama 
mas continua tomando anti-concepcional.


Quando ela evita fazer sexo com você 
e fica te bisbilhotando para ver como se comporta.


Quando ela diz que te ama 
mas de repente põe defeito em tudo.


Quando ela diz que seu pau está com um gosto estranho,
para cortar o clima e deixá-lo desconfortável. 


Quando os apelidos carinhosos são deixados de lado,
os sorrisos escasseiam, qualquer coisa é motivo
para discussão ou longos silêncios,
provavelmente a ficha já caiu 
e você nem se deu conta. 












A ceia de Natal com meu filho Breno.






                                       
E a surpresa de quem achava que o papai noel tinha esquecido do presente...

terça-feira, 24 de dezembro de 2019





                                   demanda





Quem ama, cuida.
Não se descuida.
Faz o possível para suprir.
Não mede esforços,
se preocupa.
Quer ficar junto.

Não se iluda,
qualquer outra coisa
pode ser tudo,
menos amor.









domingo, 22 de dezembro de 2019




             DESDITA





Não sei se não era melhor antes, 
de quando dos sortilégios do amor padecia.
De quando vivia noite e dia à pensar,
sentia tua falta nas mínimas coisas.
De quando o coração mal dava conta
de tanto sentir,
e só com esses toscos versos se aquietava.

Agora que numa fria indiferença
passo meus dias,
sinto falta, 
não do amor irremediavelmente perdido,
mas do turbilhão de coisas que sentia.
Mesmo as incompreensões, que ainda reinam, sórdidas.

Hoje os sentimentos, filhos do tempo, se esgotam 
na realidade insípida
de quem apenas sobrevoa o mar revolto dos desejos.
Amargando a desdita de não mais amar.






                            o muro 






Onde havia um campinho de futebol,
um córrego que foi aterrado,
hoje há mais um espigão espetado.
Já não há crianças brincando na rua.
Só prédios e carros dominam a paisagem.
Às vezes um gato, e até pássaros 
são atropelados.

Nas ruas, nos semáforos, homens, 
crianças, 
pedem uma ajuda.
São tantos que não há ajuda
que chegue.
Muitos dormem ao relento, nos bancos
das praças, 
ninguém quer saber de suas desgraças.
Ninguém quer suas histórias despejadas sobre
os ombros.

Como se houvera um muro invisível entre nós,
o novo mundo amplia as diferenças.
As cidades, imensos guetos, no fim de tudo, 
sepultam as crenças universais em Deus.





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