Eu queria me lembrar dela desse jeito, antes que ela se cansasse do jogo, e nós, um do outro.
Há aqueles que não se dão o devido valor. E há aqueles que se dão valor excessivo. É o tipo da relação sem futuro.
domingo, 29 de março de 2020
sábado, 28 de março de 2020
do sumo ao bagaço
Você diz estar bem. Aliás, super bem. Faz questão que eu saiba
que até outros relacionamentos já teve. Bastaste satisfatórios, garante. Beleza, fico feliz, juro. Tem prazer em me destruir, mas tudo bem. Já tive minha cota, minha serventia. Não é assim, a vida ? Do sumo ao bagaço, o destino de todo mundo.
pandemia (o barco da discórdia)
Veio para revolver a consciência, desafiar a ciência, instaurar o pânico, mediante a constatação da precariedade de todo sistema, das liturgias, das prioridades, das políticas, na revelação frontal de que tudo é mais frágil do que pensamos. As nações, as instituições, à mercê de uma guerra silenciosa, de um inimigo invisível, indefinível. Nosso modo de ser e ver reduzidos ao forçoso claustro, à libações desencontradas, apelos, histeria, o caos à espreita, o dilema entre salvar vidas ou minimizar as perdas futuras, o espectro da debacle total rondando. Quem está certo, que está errado ? Nesse confuso amanhecer, a vida reinventada divide as pessoas. Ricos, pobres, trabalhadores, serviçais, todos no mesmo barco da discórdia, não se ajustam, autoridades se digladiam sobre como enfrentar o insidioso inimigo, Incapazes de definir a melhor estratégia, enquanto se aguarda pelo pior. A temida guerra global chegou por outros meios, cadáveres se amontoam sem o disparar de um tiro sequer. Mísseis, bombas, armamentos capazes de destruir o planeta mil vezes, absolutamente inúteis, ridiculamente inoperantes, desmoralizados por um ser microscópico, oriundo sabe-se lá de onde, possivelmente da incúria humana em sua forma mais primitiva. São Paulo aos Conríntios : ao soar a última trombeta, o fim dos tempos advirá. Talvez não agora. Talvez não amanhã. Mas os sinais nunca foram tão claros.
sexta-feira, 27 de março de 2020
lembrete
Se ninguém te procura Se ninguém se importa Se ninguém se preocupa nem mesmo em plena pandemia do coronavírus se liga, cara. Numa dessas você já morreu e esqueceram de te avisar.
riqueza
Feliz de quem não depende dos outros. Não é escravo dos desejos. Desejos aprisionam a mente. Poder e riqueza estragam a gente. Por melhor que elas sejam, há uma arrogância peculiar nos ricos. Um sentimento de superioridade que embota os sentidos. Assistem o drama alheio assepticamente. São solidários da boca para fora. Sob a cínica auto-justificativa de que ninguém merece nada de mão beijada. A riqueza muda as pessoas. Quase sempre para pior. Mas há sempre gente tentando.