sábado, 4 de abril de 2020




                                     
                   Lobo solitário



                     




































sexta-feira, 3 de abril de 2020


 





















A ausência consentida não deixa saudades,
às vezes nem rastro.
Sequer os íntimos momentos demoram-se
na memória 
mais do que as mágoas.
Livres de ser o que o extinto amor
nos fez ser, enfim
nos redescobrimos.
Perdidas as crenças todas no que fomos,
íncubos e súcubos das profanas inconfidências
emergem das coisas que já não se resolvem.

Melhor seria calar.
As palavras desmoralizadas já não
surtem efeito.
Na crispação dos sentimentos desfeitos, 
a negação de tudo.
Infindo e sepultado, o amor é uma carcaça
que apodrece.
No calcinado e purgativo lugar
repleto de fúria,
ainda arde a dor 
do que nunca fomos.
A semente que não vingou  
sobrevive à consciência do mal
que nos infligimos.
  













quinta-feira, 2 de abril de 2020







                               a morte






A morte não assusta
quem já está desenganado.
Sem motivos para lutar.
A pandemia ou outra coisa qualquer
temer.
A morte sabe 
e espera.
Só o peru morre na véspera.





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