nosso lar é o inferno
Mentes empedernidas, mentes obtusas,
mentes malignas.
De que barro é feito essa gente
que tanto mente, finge ser o que não é ?
A minha ideia do mundo há muito
caiu por terra.
Caíram as crenças, as esperanças,
restaram os equívocos.
A desconfiança de tudo e de todos.
Súbito, tudo faz sentido.
Até o que não faz sentido.
Há, simplesmente, que aceitar.
Dispersos, à desídia nos entregamos,
em meio a vaporosa ideia de nós mesmo.
Assim passa a vida, o ouro do sol
exige que sejamos vis.
Tudo vale a pena pelo preço certo.
O que nos pesa, o vento carrega.
Ah, sentir-se nascido para cada momento.
Ter ideias e sentimentos sem os ter.
Mentir para si mesmo sem culpa, porque a culpa nunca
é justa.
Filhos de um mundo enfermo, em que tudo
se quebra e emudece,
nosso lar é o inferno.