domingo, 23 de agosto de 2020
sexta-feira, 21 de agosto de 2020
nosso lar é o inferno
Mentes empedernidas, mentes obtusas,
mentes malignas.
De que barro é feito essa gente
que tanto mente, finge ser o que não é ?
A minha ideia do mundo há muito
caiu por terra.
Caíram as crenças, as esperanças,
restaram os equívocos.
A desconfiança de tudo e de todos.
De repente, tudo faz sentido.
Até o que não faz sentido.
Há, simplesmente, que aceitar.
Dispersos, à desídia nos entregamos,
em meio a vaporosa ideia de nós mesmo.
Tudo vale a pena pelo preço certo.
O que nos pesa, o vento carrega.
Ah, sentir-se nascido para cada momento.
Ter ideias e sentimentos sem os ter.
Mentir para si mesmo sem culpa, porque a culpa nunca
é justa.
Filhos de um mundo enfermo, em que tudo
se quebra e emudece,
nosso lar é o inferno.
quinta-feira, 20 de agosto de 2020
sabedoria
![]() |
Sabedoria mesmo é valorizar a vida normal.
Sem glamour e sem dor.
Insossa, banal,
mas antes assim do que mutilada, artificial.
Dinheiro é bom mas não compra tudo.
Fama é bom mas não dura para sempre.
Sabedoria é conseguir conciliar as coisas
sem perder o prumo, sem se degradar.
Fazer da vida normal, o melhor possível.
"Ter sem deixar que o ter te tenha." (MILLÔR FERNANDES)
ferida sem cura
No rebojo de sentimentos que envolvem
uma separação,
tudo vem à tona, de bom e de ruim.
O desgaste é tremendo, em todos os sentidos.
E não é para menos.
A ruptura de nosso bem mais precioso
sempre deixa sequelas irreparáveis.
Ainda quando consensual, marcas sempre ficam.
No mínimo, questionamentos.
O que se fez de errado, o que poderia ter sido feito.
O tardio arrependimento por não ter feito mais.
Não ter valorizado mais, ou não ter desistido antes.
Ah, o custo da separação. O amor vilipendiado, sonhos,
as expectativas fraudadas transmutadas em ressentimento
e ódio.
Sequer um desfecho digno que console o coração,
eis a ferida sem cura da separação.
domingo, 16 de agosto de 2020
agruras
Entre as agruras normais do envelhecimento, nada é mais danoso do que a auto-desvalorização. Não só o sentimento de inutilidade, de insignificância, mas principalmente o de depreciação da vida passada, a propensão a achar que fracassou em tudo. Algo que pesa e transforma a fase terminal da vida num suplício ainda maior do que normalmente é.
Nem me refiro a natural degradação dos laços afetivos, quase sempre inevitável no transcorrer do tempo, o que por si só torna a velhice um inferno para muita gente. Quanto a isso, pouco ou quase nada se pode fazer. A grande e derradeira batalha - na qual por sinal me encontro empenhado -, é exatamente não ser seu maior inimigo. Não deixar que a auto-depreciação, o sentimento de fracasso, piore o que já é ruim demais.
Postagem em destaque
A gente tem um vício estranho em transformar sofrimento em mérito. Acreditamos que o amor verdadeiro precisa ser uma batalha épica, uma co...
-
BR 116 Na rodovia tantas vezes percorrida, expectativas, ilusões, planos na bagagem ...
-
o esplendor dos dias felizes A imaginação nos engana, nos trai. Mas o que seria da vida se não pudéssemos imaginar, so...
-
o velho amor O tempo, que é o mais longo dos caminhos, enxovalha e purifica, amaldiçoa e beatifica. Nos autos...



