quarta-feira, 23 de setembro de 2020

senhor





A velhice foi chegando aos poucos.

Custei a aceitar mas os sinais 

foram se acentuando

Passei a ser chamado de senhor.

Fui ficando cada vez mais só,

por livre e espontânea vontade.

A minha e a dos outros. 




 



                              A hora da verdade



A hora da verdade sempre chega. 

Os sinais advertem. O amor engana.

Com o tempo, ou vira amizade e tudo sobrepuja

ou vira a coisa mais suja.



               Escrever é mostrar os seus piores momentos

               como se fossem um banheiro público.

 

Fico pensando no mundo sem internet, videogames, drogas.

O que essa moçada iria fazer da vida ? Viver ?


                Eu só queria poder voltar no tempo, mais 

                precisamente ao dia 29/12/1999, por volta de 14 horas,

                e ao invés de ir ao shopping almoçar, tivesse

                me contentado com um omelete em casa.


ÀS vezes, não saber é melhor. Fingir que 

não sabe, melhor ainda.


            Quando se faz concessões demais, e acha que

                            vão reconhecer, fique certo que nenhuma boa

                            ação fica impune.






segunda-feira, 21 de setembro de 2020



                             caleidoscópio





Abrir precedentes é sempre perigoso.

Vai que se torne norma.


                     Há coisas que não têm volta.

                     Ainda bem.


A dona de casa que se queixa da vida

doméstica, não sabe como a vida lá fora é suja.


                       Até o que vai de mal a pior

                       um dia acaba. O duro é a espera.


O casamento só é satisfatório enquanto há sexo.

O que torna o adultério não só uma necessidade,

como profilático.


Não é à toa que o casamento só tem chance 

de dar certo quando o amor se transforma em amizade. 

O amor só atrapalha, é possessivo, impulsivo, 

sufocante, 

e como tudo que demanda muita energia, 

um dia acaba.

Que é quando se transforma em amizade, 

companheirismo, 

ou vai para as cucuias.

             

              Por estas e outras, vai chegar o dia 

              em que o corno será invejado.


Nunca pensei que sentiria tanto a falta

daquela vadia.  Não dá para

chupar o próprio pau, né?


                            Não me entendam mal. 

                            Não me entender já é o suficiente.


Não me queiram mal. 

Ser ignorado já é o bastante.


            Não me entendam mal

            Quando falo de solidão

            Das desilusões amorosas 

            Da ingratidão das pessoas

            Não significa que me afete.

            Já foi o tempo.

            E o tempo, como se sabe

            Se não mata, aleija. 

            Ou cura.


Eu sempre soube, estou até conformado

Que meu coração não é confiável

Parece mais um caleidoscópio

Sempre vê tudo deformado.





       







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