segunda-feira, 16 de novembro de 2020


                o justo e o razoável




 


Faça só o que for justo e razoável.

Nada além disso.

Para não acharem que o que você faz

é por desencargo de consciência.

Para se redimir, expiar culpas,

como se fosse devedor.

Faça só o que for justo e razoável,

e já está bom demais.

Porque a maioria sequer merece.








domingo, 15 de novembro de 2020




Às vezes é preciso a vida te dar uma rasteira,

para você sair da zona de conforto.

Para saber quem é quem.


Pior do que a indecisão é não ter opções.


Sabedoria não é cultura, erudição, estudo. 

É a arte de viver. De conviver.


O maior erro que se comete no amor 

é achar que o que está bom para um, está para o outro. 

O segredo da longevidade está no meio-termo.


As coisas só param de piorar

quando precedidas de uma atitude mental compatível.



Nas separações, a retaliação sempre é o pior caminho.

Principalmente quando envolve filhos. 

Que são os que mais perdem.



  









 



                                             c´est la vie






Ah, quantas tralhas carregamos ao longo da vida.

Verdadeiras cangalhas que nos tolhem, oprimem, mutilam.

Quase sempre insuficientes, incapazes de atender as severas

expectativas alheias.


Às duras penas, 

venho aprendendo a lidar com o jugo dos sentimentos, 

das cobranças e responsabilidades.

Sobretudo, aprendendo a ficar quieto no meu canto,

sem esperar nada de ninguém.

Ainda que o distanciamento machuque e magoe.

Não que isso faça diferença.

Ninguém se acha devedor ou em falta com nada.

Ainda que à base de pretextos e justificativas toscas.

Mas as coisas são como são.

Às vezes você não dá nada 

e recebe tudo.

Em outras, é o contrário,

e até um pé na bunda acaba recebendo.


Ces´t la vie,  como diriam os chineses.


 

sábado, 14 de novembro de 2020


                                         o mar de Ulisses






Quem me dirá o que é certo ou errado ?

O que devo ou não devo fazer,

argumentos que me justifiquem perante os outros ?

A um só tempo, compreensivo e indulgente.

Sensatamente, em meio à selva de interesses 

e mistificações ?

Ora, ao amor defenestrado impõem-se às misérias 

de cada dia.

A sabedoria que há na falta de respostas 

me redime.

No mar de Ulisses me perdi.

Esse incessante mar que no diário exercício da vida

sabota os esforços, destrói os sonhos,

sulca a areia infinita. 

Alheio a nossa vontade.







                        tempestades





Depois que as tempestades passam,

a vida sempre se refaz.

Às vezes para melhor.

Às vezes precisa alguém te dar a mão,

te levantar do chão,

te chamar à razão.


Sozinho é sempre mais difícil,

deixar-se assim,

derivar a vida.

Esquecer as mágoas vãs.

As expectativas descabidas.

Deixar para trás o que não pode ser mudado.

Laços desfeitos,

tudo que amamos.

Amor que ao deixar de existir,

vê-se sem méritos, atrativos.

Como a flor e o fruto abruptamente

arrancados pela 

tempestade.

 

  




















 

sexta-feira, 13 de novembro de 2020


                                    a nova realidade



 


Viver não é mais preciso.

Séculos de História reduzido à fábulas.

Basta simular, projetar, fantasiar sob estímulos alheios.

Amamos, copulamos, matamos e morremos

sem sair de casa, 

no âmbito de uma telinha mágica. 

O próximo passo - a inteligência artificial -

recriará o Genesis. 

O homem como deveria ter sido.

Sem a tutela de Deus.

Cuja invenção nunca deu certo.

Nem do homem, nem de Deus.













     









quinta-feira, 12 de novembro de 2020




                                        polifonia





Tanta exuberância, tanta abundância, tanta

diversidade, 

e o planeta não existiria sem o labor

anônimo da minúscula abelha. 


Tanta prosápia, tanta bazófia, tanta jactância,

e o homem não é capaz de conviver

em paz e harmonia.


Tanto querer, tanto empenho, tanta devoção,

e nem assim o amor 

resiste as armadilhas do tempo.


 

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