a quem interessar possa
Poucos de nós somos capazes de reconhecer
os próprios erros. Assumir culpas e responsabilidades
por atos que não só prejudicam
mas inviabilizam as relações arduamente costuradas
ao longo dessa grande colcha de retalhos
que é a vida.
Poucos são os que conseguem olhar para além
do próprio umbigo, deixar o egoísmo
e as mesquinharias de lado, e sobretudo,
colocar-se no lugar dos outros, para melhor
entendê-las, ampará-las, partilhar de suas dores e
problemas.
Em suma, pouquíssimos de nós correspondem ao
elevado conceito que fazemos
de nós mesmos. Conceitos estes naturalmente
moldados por ideais e premissas deformadas
pelo próprio meio ambiente em que estamos
inseridos. Ou seja, pelo que nos é incutido
em casa e na rua.
Nesse contexto distópico, o conflito entre o que
temos, o que somos, e poderíamos ter sido,
permanece como uma abstração
que nos sonega a percepção de que a felicidade
está nas coisas mais simples.
De que estar de bem consigo próprio e com a vida,
é a maior das conquistas.
(agosto/2016)