segunda-feira, 19 de abril de 2021




     REVEL



Ora mansos, ora rebeldes,

Os filhos de Deus travam suas lutas.

Entre promessas de glória e luto.

Sob o suor das nuvens

Ou o gotejar do orvalho.

Bafos de esgoto e vulvas perpassam a selva de pedra. 

De desesperados e degenerados é feito o reino de Deus. 



 



                        oquidão



Ah, esse passar que não passa, passando.

Reverente, feito a solidão dos gansos.

Ah, a sabedoria dos livros que nunca lerei.

Coração esboroado nos molhes da ruína.

Na oquidão de galhos povoados de ninhos e

primaveras.

O penumbrismo de meus versos

cauterizam as feridas das deslembranças. 




domingo, 18 de abril de 2021


        ?


Se Deus criou o universo,

quem criou Deus ?


Que culpa têm os cegos e aleijados de nascença?

De que adianta ter filhos,

se eles não nos pertencem ?


Por que tantas estrelas,

se não podemos visitá-las ?


Por que o palhaço faz graça

se chora por dentro ?








 

 




Quando o amor acontece,

a sensatez desaparece.


           Não se compare com ninguém.

           Sempre haverá um pau

           maior que o seu.


Todos têm segredos.

Todos têm medos.

Já as virtudes, 

contam-se nos dedos.



          Ter consciência dos próprios erros

          é o primeiro passo para a libertação. 

          Mas não da absolvição. 





 

    Cumprir o trato


Faz bem ter o que lembrar.

Contanto que não doa. Ou ainda que doa.

Só não vale digladiar-se com o que

não pode mudar.

Sejam coisas boas ou ruins. Pois não há o que fazer.

A não ser cumprir o trato, decorrer dignamente 

o tempo,

sem deixar que as frias camadas epiteliais 

sorvam as gratas lembranças,

remanescentes

à voragem do tempo.


  





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