segunda-feira, 2 de maio de 2022
domingo, 1 de maio de 2022
contrapartidas
Todo mundo quer atenção.
Se não de gente,
pode ser de um cão.
Ou de um gato.
De resto, mais confiáveis
e de fino trato.
Todo mundo quer um amor.
De primeira ou segunda mão.
Nem todos, porém, estão dispostos
a fazer concessões.
Tiram o time logo nas primeiras
discussões.
Todo mundo se acha merecedor
de carinho, consideração.
O problema é que afeto, respeito,
são vias de duas mãos.
E a gente teima de entrar sempre na contramão.
Todo mundo se acha melhor do que é.
Julga estar sempre com a razão.
O problema é sempre os outros.
Não atinam que para os outros,
nós somos os outros.
nova velha pele
Diante de uma realidade que já é outra realidade,
me sinto como uma serpente que se livrou da velha pele,
despojado da herança grotesca do amor maculado,
da qual a própria vida encarregou-se de mostrar a saída.
Te reconheci, afinal, chafurdando num fundo de lama
inimaginável.
De onde não poderei resgatar nada que amenize o fato de ter
sido tão reles.
Como evitar essa repulsa funesta a que a verdade emergente
me obriga ?
Logo tu, que encheste meus dias de alegrias,
não tinhas o direito de violar o elo sagrado
que nos unia.
Fraquejamos, sim, ambos, mas para tudo
há um limite.
Quisera não saber o quanto fostes fútil e perversa.
Minha nova pele já nasceu velha.
sábado, 30 de abril de 2022
ébrios das próprias fantasias
Do alto de mim mesmo
diviso o mundo que me ignora,
sob o surdo torvelinho de apelos que o jugo
do tempo inflama e abranda.
A memória volve ao labor já extinto.
Amor e penitência costuram a teia
em que os incautos
experimentam a lenta agonia
de morrer em vida.
As catarses das complexidades irrompem em furiosa dança
que beira a insanidade.
Ecos da pós-modernidade : a neve mais alva
e o breu mais impenetrável agonizam em chamas
que não incendeiam.
Apelos inúteis, ébrios das próprias fantasias, vêm-nos roubar
o sono e a paz com seus delírios.
Supondo que a vontade de Deus é soberana, oramos
sob o ensurdecedor coro dos pusilânimes.
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