meu éden
Rosa entreaberta
Fresca e orvalhada
Fonte de prazeres
Em que mato minha sede.
No éden que gestas
Entre os grandes e pequenos lábios...
a democracia da bandidagem
É duro admitir mas mais felizes são os alienados,
os ignorantes, analfabetos funcionais, sociopatas,
que não se questionam, não tem noção das coisas
e pruridos morais.
Como os lulopetistas.
Que torcem para o país não dar certo, que acham
a bandalheira algo normal, dentro do famigerado slogan
"rouba mas faz".
Em suma, escória atrai escória. O populacho, a mídia
e ícones populares desmamados à forceps das tetas públicas,
à infinidade de sindicatos, ongs, MLTs da vida, partidos de esquerda
a banda podre do Supremo, que veem no maior ladrão
da história não o salvador da Pátria,
mas da cleptocracia que bem ou mal o governo
Bolsonaro botou para quebrar.
E o resultado aí está, as estatais voltando a dar lucro depois de
décadas, a economia crescendo, o superavit comercial
batendo recordes, o desemprego recuando para níveis nunca
vistos, tudo isso em meio as sabotagens do congresso, do supremo,
de governadores, que se beneficiaram e fizeram uso político
de dois anos de uma pandemia que prometia quebrar o país.
Pois não só não quebrou como não impediu que o "genocida"
socorresse a população mais carente, entregasse obras
de infraestrutura como nenhum outro, e de quebra,
recolocasse o Brasil entre as grandes potências mundiais.
Algo que a escória prefere ignorar, por ignorância, má fé,
ambição, ou seja lá o que for, em função de uma narrativa
demoníaca que coloca os próprios fundamentos da democracia
em xeque.
Uma democracia que serve aos propósitos da bandidagem
não é democracia.
cansado de ser
O mundo não vai mudar.
Pode apenas parar de piorar.
Algo difícil de se acreditar.
Cansado de ser,
me contento em estar.
Nunca tantos fizeram tão pouco.
Santificados sejam os poetas.
O que seriam das insignificâncias sem eles ?
Como diz tio Manoel de Barros :
"O mundo é como bosta de onça,
tem de tudo : cabelo de capivara, casco de tatu,
pele de cobra..."
Nunca é demais lembrar : quem não tem cu,
não contrata pica.
Esquerdopatas são piores que barata,
que são só nojentas.
Fiquei sujo no meu canto,
para que a merda não respingasse em mim.
Confiar é o mesmo que carregar água num cesto.
Tudo passa. Exceto o que amamos.
No tempo que passa mas não passa,
nós passamos, as coisas ficam.
CELEBRE !
Como diz Rilke, celebrar é preciso.
Mesmo não havendo nada de especial à celebrar.
Escuta o coração, a mensagem ininterrupta que vem do silêncio.
Antes que a carne apodreça, ou já tenha apodrecido.
Todas as idades estão sujeitas a degradação.
A correnteza eterna não faz distinções.
Celebrar ou vegetar ?
A escolha é sua.
Há que ler os dias, antes que o tempo acabe.
Antes que o tempo de fazer as coisas acabe.
E em não havendo mais nada para amar, ame-se.
Perdoe-se.
Todos se foram mas você não está só.
Arranje um cão, um gato, busque sabores nunca saboreados.
Não se preocupe mais em conquistar, deixe que te conquistem.
Não se preocupe tanto com os outros, obrigando-se a agradar.
Seja mestre de si mesmo, com ternura encare o fim
dos hábitos terrestres.
"Toda mudança surda do mundo traz consigo deserdados"
( de novo, Rilke).
Afinal,
quem nunca morou em seus próprios abismos ?
Quem nunca se acovardou, deu o beijo de Judas ?
Quem nunca foi um vizinho chato ?
Quem nunca agradeceu a Deus por algo que não aconteceu?
Quem nunca quis sair de casa ?
Quem nunca fez coisas execráveis ?
Quem nunca se viu ruminando esperanças mortas ?
Quem nunca xingou Deus e o mundo ?
Quem nunca se cansou de fazer sempre as mesmas coisas ?
Quem nunca viu brotar na testa um corno, feito um unicórnio ?
Pense, veja o que fez, do que se livrou,
e celebre !
metamorfose
Sou minha própria âncora e cruz.
Sou a noite galvânica, bruxa catando rã,
buscando na dureza do destino o alimento
que devora a boca.
Sou a transição do que eu era convertida
em tórrido estio.
Quando escolhi ser eu, o fecundo céu
abriu-se como o Mar Vermelho de Moisés.
Nos dias lentos que cerram suas pálpebras,
a verdade se descobre pétala por pétala.
Minha nova identidade me outorga as feridas
cicatrizadas.
Não ser o que fui é tudo o que eu quero.
Um tigre com sangue no focinho.
nem antes, nem depois
Pássaros assustados
voam à esmo.
Um filho perdido
a espera
do pai pródigo.
Ramos secos, nuvens obsidianas,
paradas no meio da chuva.
De que serve a vida
senão para tanger
ou ser tangido ?
Andando é que se conhece
e se aclaram as ideias.
O homem que rasteja
dir-se-ia que finalmente
se encontrou ?
A gente é do tamanho do que pensamos.
É mais fácil uma borboleta voar em linha reta
que achar alguém feliz.
Intenso e gárrulo : assim se faz o álacre.
Ninguém merece passar fome, já começou errado por aí.
Inteligência é se fingir de burro
Plantar verde para colher maduro.
A vida avelã nunca será um pêssego.
Nem antes, nem depois. A aurora sempre chega na hora.
fragrâncias secretas
Nossas raízes acendem ao mistério das fragrâncias secretas.
O que somos, por que somos, nos debatendo em falsas identidades.
Em voos brancos e negros, nos segredos e medos,
vagando por premências insepultas,
da lenta infância não saímos ilesos.
Sempre mudando, nunca mais sendo os mesmos.
Filhos do impuro, do veneno inoculado pela velha
condição humana.
Consta que Hitler também foi "ein gutes kind" (colhido em
Paulo Mendes Campos).
o quanto sei de mim Faço do meu papel o sonho de um desditado. Cavalgo unicórnios a passos lentos, para que o go...