Chuva e sol.
Sol e chuva.
Arco-íris e arrebol.
Encontrei a mulher da minha vida.
E ela nem me olhou.
Folgo em saber
tudo que carece de explicação.
escravos da paixão
Todos nos decepcionam. De uma maneira ou de outra,
por um motivo ou outro, mesmo os que nos são mais caros
pisam na bola,
fazem as coisas mais ordinárias.
Há momentos em que a mulher da sua vida pode ser pior
que uma mulher da vida.
Na mesma lama chafurdam padres, juízes,
políticos.
Figuras públicas, celebridades, famosos de toda espécie
não são melhores que todo mundo.
No fundo e na superfície, não passam de simples mortais.
Não há como viver sem evitar pecados essenciais como orgulho,
inveja, promiscuidade.
Somos escravos da paixão, como dizia Hume.
A razão só existe para corroborar o que pensamos.
A impostura é modus vivendi por excelência.
A hipocrisia do cristianismo permeia as relações, sob o disfarce
do politicamente correto.
Até Deus nos decepciona, a medida em que ignora nossas
necessidades, não ouve nossas preces.
Menos mal que a decepção, a infelicidade, nos faz mais fortes.
Não é comprovado, mas consola.
a batalha eterna
Cumpre fazer do fim algo aceitável.
Libertadora ou cruel, a batalha é eterna e prescinde de pompa.
Por melhor que a vida seja, todo começo tem um fim.
Assim como o fim também pode ser um recomeço.
Livre da esperança e do medo.
Em ontens e distâncias renovados.
Para apagar ou mitigar os erros.
Pregustando o sabor do que é perdido e reencontrado.
A alma lavada do esquecido.
O amor corrompido, inocente como os pássaros.
o pacto
Todas as coisas que eu queria dizer
não se comparam com o que sinto.
Um pacto inconsentido aninha-se em secreto
desacordo com a verdade.
Onde não cabem discórdias.
Meu momento é de contrição.
A meus olhos, o que me seduz é a cegueira de não
ver para crer.
Não ver como o universo se resolve em perfeita
harmonia.
Para onde convergem luas macias e sonhos itinerantes.
Meu querer não é suficiente, logo a reinvenção dos elementos
recolhe os despojos
do plano austero que não deu certo.
A natureza se desforra e eu me deleito em
subornar o tempo.
Num fluir de essências e formas emanados de desejos
martirizados.
Há bálsamos para toda dor e cada hora.
Só nos resta encontrá-los.
o diabo em pessoa
Dizem que o amor é cego.
Antes fosse só isso.
Porque pode ser burro também.
Não enxergar o óbvio é apenas um lado da moeda.
Pior é continuar aceitando o inaceitável.
Relevando mentiras, tolerando abusos, em nome de uma coisa
que possivelmente o outro não sente.
Ou porque o sexo é satisfatório.
Ignorando que para um narcisista, por exemplo,
o sexo é apenas uma ferramenta de manipulação.
"Amor e sexo nunca estão vinculados na vida de um narcisista.
Até porque narcisista não ama, ou melhor, ama apenas a si mesmo.
Ainda que você tenha tido o melhor sexo da sua vida com um
narcisista, entenda que isso não tem nenhum significado emocional
para ele". (Carolina Leão/ doutora e psicoterapeuta)
O/A narcisista é o diabo em pessoa porque não se vê
com problema e não assume culpas.
Porque gosta de ser o que é.
Seu transtorno de personalidade é caracterizado por um padrão
rígido e persistente.
Não existe nada capaz de fazer um narcisista ter
empatia ou amar.
Ou seja, fuja deles !
A gente tem um vício estranho em transformar sofrimento em mérito. Acreditamos que o amor verdadeiro precisa ser uma batalha épica, uma co...