as lembranças que vale a pena lembrar
Quem, nato em círculos sulcados de trilhas e ausências,
onde o amargor do perdido se dilui na impermanência,
as sutilezas da intemporalidade não estranha.
Do irredimível êxtase afasta o cálice.
A força invencível expulsa do Paraiso perpassa
a palavra amorfa,
para que a brevidade das coisas faça sentido.
A procura de consolo na mumificada e intransferível
bem-aventurança,
refluem dentro de nós os sentidos embotados
pelo tempo.
Querendo fechar o corpo para o desgosto das despedidas,
não como pedra, mas como a concha ou a noz
que guardam dentro de si
a essência da vida.
As lembranças que vale a pena lembrar.