sexta-feira, 20 de junho de 2025


                   caminho sem volta





É bom estar ciente de que, quando você se envolve 

com a ralé, a bandidagem, o mal, 

entra por um caminho sem volta.

Porque as coisas não mudam, as pessoas não mudam, 

e acabam te arrastando para o lodaçal

em que vivem.

A falta de escrúpulos, a falta de caráter, não tem peças

de reposição.

Pau que nasce torto não endireita. Só cortando, 

arrancando pela raiz.

Portanto, todo cuidado é pouco com as escolhas.

Um passo em falso pode causar danos irreparáveis.

Mais do que nunca, vale o velho ditado : 

antes só do que mal acompanhado.








quinta-feira, 19 de junho de 2025

                    

              sem deixar saudades



No fim, quase nunca sobra nada.

E o que sobra, pouco representa.

Não consola, não apaga a mágoa.


Mesmo as melhores coisas se perdem

em meio aos escombros de uma relação

que finda.

Desgastada, exaurida, mutilada.

Quando já não há como estancar a ferida.


Eu tentei.

Você tentou.

Não deu.

No fim, as diferenças falaram mais alto.

Cada qual com suas razões e teimosias.

Não cedendo o suficiente.

Entre brigas e silêncios, algo se quebrou.

Quase nada sobrou.


E quando não há mais comedimento e respeito,

o amor não sobrevive.

Sem fazer falta.

Sem deixar saudade.








Lentamente, aos poucos,

o amor vai nos abandonando,

como um barco que se afasta do porto.


Razão da aflição, da agonia 

que habita o coração de quem vê tudo

a contragosto desmoronar.


Por conta desse sentimento que compõe, dispõe,

impõe seus ácidos enredos.

Cujos enigmas não consigo decifrar.


Devagar, calmamente, o sol declina, o dia expira,

sem que nada de especial tenha acontecido.

Mais um dia sem te ver, mais um encontro adiado.

Reluto em admitir que talvez não sintas 

o que eu sinto.

Que não sintas a minha falta como sinto a sua.

O que explica esse distanciamento

que, afinal de contas, tanto me angustia. 


Já não aguento essa situação.

Chega de enganar o coração.

Chega de deixar que esse amor

unilateral ofusque a razão.

Hora de deixar ir, deixar partir.

Como um barco que se afasta do porto

lentamente. 












 































quarta-feira, 18 de junho de 2025

                         a máscara




A vaidade é a máscara atrás da qual

escondemos o que realmente somos.

Maquiagem, procedimentos estéticos, penteados

e roupas extravagantes, tatuagens, 

vale tudo para chamar a atenção.

Tudo disfarce, todos querendo ser mais do que são.

Esconder o que só entre quatro paredes revelam.

O verdadeiro eu.

Os defeitos.

A falta de caráter. 

Para compensar o que não se compra.

Os fracassos.

As mentiras.

A hipocrisia.

Como você, amor.

Uma fodida metida a besta.

Como eu, outro fodido,

querendo enganar o tempo.


Sim, é bom se cuidar, ter vaidade,

faz bem a autoestima. 

Mas, veja lá, sem perder a noção das coisas, 

o senso do ridículo.

Para que quando se olhar no espelho,

não ver uma miragem, um estranho.

Uma caricatura de si mesmo.



 


terça-feira, 17 de junho de 2025



                        o leão e a gazela



Não me canso de admirar

a morena que me ignora.

Jeitosa, dengosa, 

passa sempre pela rua onde moro.

Passa distraída, nem imagina

que fico sempre a espreita-la. 

Como um leão de olho na gazela,

nas savanas do Serengeti. 


Ah, morena, sonho com o dia

que a sorte me sorria.

E enfim repares em mim.

E vislumbres o quanto te quero. 

E finalmente possamos nos conhecer melhor.


Ah, morena,

jeitosa, dengosa,

me amarro em você.

Posso ser tudo o quiser.

Até casar eu caso, se for o caso.

Basta você querer.

Basta você reparar em mim.

No quanto te quero, como um leão 

de olho na gazela, 

nas savanas do Serengeti.


*letra de música





                          

                                    despojos



O mundo de amor e ódio me espreita.

Que sortilégios ainda aguardam meus dias ?

Se sonhos e expectativas já deixei para trás ?

Meu céu é de solidão e conformismo.

Nada mais espero, a não ser 

a benção de uma morte tranquila.  


Assim como passaram meus pais, o tempo

em que tudo queria e podia, 

hoje cumpre resignar-me com os despojos

dessa venturosa jornada.

Nem por isso ruim, muito menos triste.

Guardadas as devidas proporções,

minha realidade nada deixa a desejar. 

Sou feliz a minha maneira.

Reconfortado pelos momentos mágicos já vividos,

bem como outros que ainda estou vivendo.

Porque a vida pode ser mágica e trágica,

e ainda assim espalhar dádivas

a cada manhã, de todo irreverente.





segunda-feira, 16 de junho de 2025


                     o presente do presente



 


               




Eu vivia do passado. 

Vivendo do passado.

Saudoso das coisas que se foram.

Inconformado pelo que perdi.


Vivia amargurado.

Atrelado as coisas de outrora.

Que eram o meu parâmetro.

Querendo o que já não podia ter.

O que já não existia.

E por não mais existirem,

parecendo melhor do que foram.


Porque insatisfações sempre existiram.

Tristezas e decepções são uma constante na vida.

Fazendo com que nos refugiemos no passado.

Quando não conseguimos lidar com o presente.


Mas, graças a Deus, consegui superar.

E mais que isso,

desfrutar de um verdadeiro tesouro.

Meus filhos.

Meu orgulho.

Os dois que já criei.

O meninão que ainda crio.

E este filho temporão

que me fez reviver emoções passadas,

mas com os pés no presente maravilhoso.

O presente do presente.

Que faz meu velho coração transbordar 

de ternura.


Gracias a la vida que se restaura

a cada amanhecer.

E nada mais a dizer, a não ser

agradecer.





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