VELHO NOVINHO EM FOLHA
é quase um não existir onde me encontro.
Um simulacro do que poderia ter sido.
Arremedo do que fui um dia.
Muito aquém do que sonhava para mim.
Do que pensava que poderia fazer.
Do que não fiz, e nem tentei fazer.
Por inaptidão, covardia, acomodação.
Medo de sair da zona de conforto.
No entanto, não lamento.
Estou exatamente onde deveria estar.
Cheguei exatamente onde poderia chegar.
Não transfiro a ninguém culpas que são
Um simulacro do que poderia ter sido.
Arremedo do que fui um dia.
Muito aquém do que sonhava para mim.
Do que pensava que poderia fazer.
Do que não fiz, e nem tentei fazer.
Por inaptidão, covardia, acomodação.
Medo de sair da zona de conforto.
Estou exatamente onde deveria estar.
Cheguei exatamente onde poderia chegar.
Não transfiro a ninguém culpas que são
de minha inteira autoria e responsabilidade.
Não plantei nenhum árvore, não escrevi um livro,
e os filhos que tenho não me pertencem.
Pertencem ao mundo.
Não precisam de mim para nada.
Pois nada mais tenho a dar que faça diferença.
Relegado a hipocrisia das convenções.
De palavras ao léu.
Posto que o que importa já não importa.
Nem a voz da consciência que se eleva em horas mortas.
Morto como estou para o quê um dia fui.
Para o que sentia.
Posto que o que importa já não importa.
Nem a voz da consciência que se eleva em horas mortas.
Morto como estou para o quê um dia fui.
Para o que sentia.
Pelo que me congratulo.
Ao quê saúdo.
O novo homem em que me transformei.
Um velho homem novinho em folha.
O novo homem em que me transformei.
Um velho homem novinho em folha.