potestades
Funde-se à vida
esse sofrimento à beira fidedigna da louca razão.
Com aquilo que não pode mudar.
Rebaixe-se, rasgue-se, mas não ignore
a audaz serventia do fracasso.
O palco está escuro, mas o picadeiro ferve.
Pão e circo se locupletam.
Mas é on line que as coisas acontecem.
Tatuagens e tetas caídas envergonham o corpo
de forma diferente.
O mugido das multidões supre os dilemas, para que
o sol patriótico brilhe acima das criptas basálticas.
Ninguém morre na véspera, há que ter esperança.
Tudo é vasto, menos a afeição sem nódoa.
Porcos só amam os chiqueiros.
Os sermões dominicais enchem linguiça, mostre-me
a quem segues e te direi quem és.
Afinal, é preciso ser cego para ser feliz.
Bocas lascivas enxertam potestades de antanho.
A miséria confortável alude a Hosanas empedernidos.
Tempos difíceis parem ruínas vindouras.
Incógnito, atravesso o meu hemisfério condenado
a existir.