sábado, 22 de julho de 2017


                         SEM FUTURO







Cada vez mais brasileiros deixam o país em busca de uma vida melhor no exterior. E não só jovens, estudantes e aventureiros, mas famílias e até aposentados fazem as malas para se fixar em outras plagas, longe da instabilidade, da violência e, sobretudo, da falta de perspectivas que paira por aqui. 

Até mesmo o Paraguai, quem diria, vem atraindo cada vez mais gente, em razão de seu invejável crescimento econômico - em torno de 7% ao ano, a maior das Américas - e baixa criminalidade, embora continue sendo um corredor por onde ingressam, à tripa forra, drogas, armamentos e o contrabando que desgraçam nosso país. O que se constitui apenas em um dos inúmeros e graves problemas que acabam com as esperanças de recuperação e reversão de expectativas.
Sobretudo, a podridão e sordidez da classe política, um produto Made in Brazil por excelência sob cujo jugo estamos condenados a padecer indefinidamente. Ao menos enquanto a população não tiver maturidade e juízo para exercer adequadamente o seu papel em nossa conspurcada democracia. Um papel que não se esgota na simples escolha de seus representantes, ainda que este seja o pecado mais grave - a rigor, foi o povo que elegeu a bandidagem que aí está -, mas em uma maior participação e engajamento nas causas e demandas de interesse geral.
Como acreditar no futuro de um país que assiste bovinamente as tramoias e tungas protagonizadas por governantes e políticos responsáveis pela verdadeira cleptocracia reinante, sem que haja uma reação à altura, e o que é ainda pior, tolerados como uma espécie de mal necessário ? Não bastasse a virtual blindagem que essa camarilha desfruta, protegida pela banda podre do próprio STF, há que se engolir o apoio que certa parte da sociedade continua dedicando ao partido mais corrupto da história, e em particular, ao encantador de serpentes em vias de ser o primeiro ex-presidente do país a ir em cana.
Ainda mais depois da revelação da "poupança" de 9 milhões em títulos de previdência privada, bloqueados por ordem judicial expedida pelo juiz Moro. Oriundos, como ninguém ignora, dos obscenos cachês pagos por suas palestras com o dinheiro sujo do propinoduto da Odebrecht, e que para todos os efeitos, confirma que suas juras de inocência não passam de outro conto do vigário. No qual só os trouxas e imbecis acreditam.

Papel, por sinal, semelhante ao exercido pelo restante da sociedade diante da submissão às falcatruas e artimanhas de outro notório meliante et caterva,  que não hesitam em fazer concessões e sacrificar as próprias reformas e metas prometidas, para a compra do apoio necessário para se manter no cargo. Custo obviamente repassado e arcado pela sociedade, com essa majoração nos preços dos combustíveis quer fatalmente incidirá em nova alta no custo de vida.
Por esta e outras é compreensível que haja cada vez mais gente buscando outros ares. Não necessariamente por gosto, mas por necessidade. Por sobrevivência. Por um futuro que por aqui já não se consegue vislumbrar. Um futuro sonegado por governantes e políticos cuja índole torpe não nos permite sequer ter esperanças em dias melhores.
O Brasil que já foi visto como o país do futuro, hoje é um país sem futuro. 














  

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