sábado, 26 de agosto de 2017



 
                      concordia discors


                               

Se aventurar por mares nunca dantes navegados,
neles naufragar e se reinventar 
a cada tempestade.

Desbravar caminhos desconhecidos e traiçoeiros 
e ao cabo neles, refazer e repensar 
os malogros da jornada.

Alçar voos por horizontes feéricos e plangentes,
onde sonho e realidade 
enfim se harmonizem.

Mergulhar fundo na concordia-discors
da alma peregrina, 
e converter-se a beleza obliterada da vida. 

Garimpar a verdade na pedra bruta,
ainda que as mãos sangrem, o chão se abra,
e a desilusão sobrevenha.

Desbravar a morte seca, cavalgando montes e
rios, até galgar o Todo 
em que tudo se completa.

Pedir, implorar, e não ser atendido 
por deuses sanguinários.
Encarar todo dia a mesma jornada, comer o 
mesmo pó, o pão que o diabo amassou.

Pecar sem culpa, sofrer em vão,
quem é o mais infame ?
O pecador ou quem atira a primeira pedra?

Pior é ver a vida passar em cancerosas cosmogonias.
Ver o mundo soçobrar, a miséria recorrente
dos grotões do terceiro mundo, 
enquanto uma minoria privilegiada 
afronta o mundo com sua riqueza.

Desumana e desigual, assim caminha a humanidade.
A insanidade grassa, o juízo final começa nos lindes
da eucaristia.
Posto que a fé que remove montanhas é a mesma
que revolve as entranhas.
Mundo louco em que em nome de Jesus Cristo ou Maomé,
as maiores atrocidades se praticam.

Em que justiça não há, igualdade muito menos.
Em que a esperteza vale mais que o trabalho.
Em que as leis protegem quem rouba e trapaceia.
Em que sempre há algum juiz escroto
para livrar a cara da bandidagem.
A esperar o tempo em que as profecias 
se cumpram. 













 





  











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