sexta-feira, 1 de setembro de 2017


                                   VIDA VADIA





Vai, vida vadia, nada mais espero de ti 
senão as falsetas e ciladas de sempre.
De sonhos e esperanças abjurei.
A armadura e a espada empenhei. 
Lutar com palavras é o que me resta. 
É o que me basta. 
Ainda que em vão. 
Escrevo versos, mas a complexidade do mundo
não cabe nessas estrofes canhestras.
Me faltam palavras para expressar 
o que me atormenta a alma.
A razão desse permanente desassossego. 

Meu pensar é como um navio que passa
ao largo, rumando sabe-se lá para onde.
Levando à bordo sabe-se lá o quê.
Mistérios ? Verdades ? O que importa ?
A vida segue seu curso inexoravelmente,
até sumir no nada.    
Entorpecida pela cota diária de barbáries e sacanagens.







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