domingo, 22 de março de 2020



                               

          amor ordinário ( à moda Bukowski )






O amor ordinário é
como uma escova de dente gasta.
É como comprar um carro usado
com o motor fundido.
É comprar um bilhete
que já correu.
É pegar o ônibus errado
e não ter grana para voltar.
É cagar na cueca pensando
que é um peido.

O amor ordinário é como um vício.
Você sabe que faz mal
mas não consegue largar.
É uma piada pior que a vida,
no entanto, não há nada melhor.
Não ter certeza de nada, sem nada esperar
a não ser viver o momento.
Sem falsas ilusões, portanto.

Amor ordinário, sem futuro, atrelado ao 
passado que sempre volta, 
apegar-se,
nem pensar.
Esse é o pacto. 
Nada de promessas, cobranças,
compromisso. 
Coisa de segunda mão, sem garantia.
O que tenho a oferecer é insuficiente.
O que tens para me dar, agarro com 
unhas e dentes. É pouco, 
mas não posso querer mais.
O amor ordinário não se submete,
não aceita imposições.
É o que é.
Intangível, postiço.
De tão ordinário,
sujeito a acabar com um simples
bloqueio no wats ap.





























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