ENCURRALADO
Encurralado.
Sem saída.
Quem nunca se viu à beira do abismo,
sem opções, tudo desmoronando,
sem tábua de salvação ?
Normal.
É a vida, irmão.
É a vida que em dado momento desgarra,
mostra as garras, pune, sangrando as entranhas do nada.
Quem nunca se perdeu em culpas sem culpa ?
A vida pequena soterrada de causas impossíveis
e sonhos desfeitos ?
Quem nunca se viu na solidão mais ampla,
em meio aos pensamentos mais sinistros,
sem saber mais quem é quem ?
Ah, se tu soubesse as estranhas alquimias do cérebro.
O quão confundem,
ofuscam a visão para as coisas mais simples.
Não há vida sem percalços.
A existência abandonada se recompõe na gênese de antanho.
Não importa o que digam ou aconteça, somos pontas
do mesmo laço.
Na abundância ou na falta de tudo, o mesmo cansaço,
irmão de luta,
abraça o momento misterioso e profundo.
Nada nos cura do tormento e da angústia.
A não ser reagindo.
Desafiando os estigmas.
A resposta para tudo está em nós mesmos.
Naquilo que queremos, naquilo que deixamos
para trás.
Esteja certo, após a noite mais escura o sol brilhará.
A vida bêbada e louca te espreita.
Desfruta.
Antes que se veja encurralado.
Sem saída.
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