a voz
A voz de ninguém exala clarividência.
Ouçamos, pois, a voz de ninguém.
Que exala clarividência.
Já é sabido, palavras não ditas asfixiam.
Aquietam-se, inocentes, povoando de sombras
o insuportável novo.
O olho não deseja mais do que prosseguir
na miséria.
O silêncio goteja o cascalho que reluz
como ouro de tolo.
Sobre a língua que empala a boca,
algo que ficou entalado
transpassa a esplêndida agonia.
A voz de ninguém fala por nós.
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