decreto divino
Rebanhos. Seremos, de fato, um grande rebanho ?
Rebanhos de gado, rebanhos de asnos, conforme a tosca
retórica da militância política nativa.
Todos irremediavelmente tangidos pela mídia nefasta,
por governantes inescrupulosos, mentores de araque.
Divergentes caminhos de rebanhos seculares nos precedem.
Rebanhos que guerrearam, edificaram impérios,
moldaram países, fazem o trabalho sujo.
Somos filhos de povos escravizados,
de negros arrancados de suas tribos seculares,
de populações manipuladas,
indígenas catequizados na marra.
Rebanhos que se formam e se dissolvem sob o tacão
dos poderosos,
de conquistadores impiedosos,
pela cruz de Cristo, pela espada do Alcorão,
por bem ou por mal.
Porquanto os rebanhos pastam,
amam, acoimados em sua inútil rebeldia,
isentos de culpa porém punidos,
imolados.
Por decreto divino.
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