idílio
No limiar do finito
ecoa
meu canto inaudito.
Sem passado nem futuro,
prematuro e gratuito.
Ante o fulgor pesaroso da terra,
amanhece a agonia dos amores ferozes.
Morrendo em gotas sob o retumbar
de emanações pétreas.
Espreita-me o abismo das fadigas.
Nada me ocorre agora que satura-se
o lustro dos vernizes.
O racimo dos prantos incha-se de paixões.
O provar dos rancores erige filhos da mesma morte.
O tédio inapreensível presenteia-se com seu cansaço.
Tudo se consome até o silêncio.
Vejo o que não vejo passar em angustiante abstinência.
Não obstante, o amor recria-se em graciosa desdita.
Onde nada nem ninguém nunca
detém o idílio dos desejos e sonhos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário