terça-feira, 7 de novembro de 2023



                          o gosto de todas essências




Vêm águas dormidas 

esconder o luzeiro da lua brunida.

Em silêncio, o pássaro cativo adivinha-se

distante da fruta proibida.

Perfumes paradisíacos dão graças

ao desejo lânguido de lábios adolescentes.

O passar desnuda luminescências atrozes.

Ausências confundem-se com a lenta perplexidade

dos adeuses. 

Pois devemos penar, sós, como num deserto.

Para provar o gosto de todas as essências. 

O breu de todas as fadigas.

Até que a vida reflua como um repousar de barcos

na singela quietude da praia.








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