segunda-feira, 14 de julho de 2025


                     o pedestal do tempo


O pedestal do tempo ajusta o painel da memória.

Entrelaçando manhãs bordadas de sóis anacrônicos.

Subvertendo tardes macias e sorrisos lacônicos.

É sempre o indizível que limpa os olhos

de quem não vê.

A luz das trevas desperta abismos que não dormem.

Nas tramas perduráveis, o assombro de ter sido

empreende novas jornadas,

em que o caos do altruísmo acovarda-se perante 

o sofrimento do mundo.

O profundo envenena a certeza insatisfeita.

O que existe, não existe, sempre que incompleto e 

ainda não amanhecido.

Aqui e ali, a exaltação incoerente precede a violência.

Tímpanos cansados ignoram o brado dos suicidas.

O ideal corrompe-se à toa.

O irreal degenera a linha do tempo, escalavrando

palavras fleumáticas.

Olho por dente

                                  perfuram rins de chumbo.

Dente por olho

Genuflexo, modela-se as nádegas.

Fundo e sem nexo, o raciocínio ala-se

em epifanias depravadas.

O velho regozijo é melhor do que nenhum.

Quando a confusão chega no túmulo, tampa-se

o caixão. 

E acoberte-se os escândalos. 

Estamos entendidos ?






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