MENTIR, VERBO INTRANSITIVO
Se a mentira é o veneno das relações, a dúvida é o antídoto.
A mentira é um mal necessário, já que a verdade nem todos aguentam. E sequer querem ouvir.
O pior mentiroso é aquele que mente para si mesmo. E com riqueza de detalhes.
Mentira na boca dos outros é imperdoável. Na nossa, um simples mal-entendido.
Quanto mais mentimos, mais dependentes delas nos tornamos.
De tal forma que quando diante da verdade, o primeiro impulso é duvidar, questionar, desacreditar. A ponto de não conseguirmos
mais diferenciar uma coisa da outra, o que é mentira e o que é verdade. Ai prevalece a versão mais cômoda.
Há quem minta com tanta naturalidade, e são tão convincentes, que quando eventualmente falam a verdade, ninguém acredita.
Mentir é o esporte mundial por excelência. Mente-se tanto e a qualquer pretexto que quando alguém tem a ousadia de falar a verdade, é logo desacreditado, insultado e até bloqueado no sanatório geral das redes sociais. Mormente os que ousam contrariar o senso comum, o politicamente correto, pensar fora da caixinha. Daí a pujança inabalável da clã dos impostores, pilantras e meliantes que fazem da enganação e da mentira o seu modus operandi para se dar bem na vida.
A diferença entre o mentiroso eventual e o inveterado é que o primeiro não é levado à sério, e o outro, à sério demais.
Mentir é tão comum e disseminado que deixou de ser pecado, por decurso de prazo. Com o inferno lotado, o diabo não recorreu.
Mentir, todos mentem. Quem garante o contrário, não passa de um grande mentiroso.
É preferível uma mentira piedosa a uma verdade cruel. É ou não é ?
Quando a mentira já não cola, é sinal de que você foi desmascarado. Hora de pensar em delação premiada.