terça-feira, 30 de julho de 2019
BOBEIRA
Às vezes a gente não ama o suficiente.
Às vezes nunca é o suficiente.
O amor tem dessas coisas.
Cada uma ama de um jeito.
Amor esfuziante, amor recluso,
amor bandido. Tudo são fases.
Amar é complicado.
Às vezes é de um jeito de manhã
e à tarde não é mais.
Às vezes você acorda de madrugada
e se dá conta que não ama mais aquela pessoa.
Às vezes olha para o lado
e vê que não pode viver sem ela.
O amor tem dessas coisas meio loucas.
Não tente entender.
O certinho, o correto, às vezes não serve,
é chato, aborrecido.
O malandro, sacana, é amado, idolatrado.
Porque às vezes a gente cansa de tudo,
se sente asfixiado, desmotivado.
E jogamos tudo para o alto.
Por impulso, precipitação.
Quando nos tocamos, já é tarde.
Já era. Uma vida, uma história,
tudo para o ralo.
Um grande amor não é grande por acaso.
É feito de percalços, tropeços, sofrimento.
Que o tornam mais forte.
Às vezes a gente perde a noção das coisas.
E põe à prova.
Abusa.
E de repente, do nada, a casa cai.
E não dá para voltar atrás.
De bobeira, tudo acaba.
E o que era grande, num grande desastre se torna.
domingo, 28 de julho de 2019
a arte de ser feliz
Sorte de quem
não precisa de ninguém
para se sentir feliz.
De quem não tem
pressa de ser feliz.
Não apressa as coisas.
Tudo tem seu tempo.
Plantar, esperar, colher.
Perceber que a felicidade
nem sempre está na chegada,
e sim ao longo do trajeto.
Ser feliz é relativo, circunstancial.
Mais importante é encontrar paz.
Que ao contrário da felicidade,
é duradoura.
E depende só de nós.
sábado, 27 de julho de 2019
gente miserável
reluto em aceitar minha nova condição.
O papel ao qual estou relegado.
E que hoje em dia se resume a ser
alguém meramente tolerável.
Eventualmente útil. Um quebra-galho.
Enquanto comparecer com proventos,
recompensas, regalos.
Sim, estou velho.
Para o quê mais eu serviria ?
Para conviver já não me presto.
Careço de atrativos.
Não por não ter mais nada à dar,
Mas nada mais para me tirarem.
Tudo bem, vou continuar fazendo a minha parte.
Fingir que não vejo.
Pagar na mesma moeda.
Único jeito de lidar com essa gente miserável.
Fingir amar quem finge que me ama.

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