sexta-feira, 25 de outubro de 2019
terça-feira, 22 de outubro de 2019
BREVE E DEFINITIVO
Ser feliz é tudo o que se quer.
Mas não depende de nós.
Na vida povoada de latifúndios, iates, vielas,
sequer nos compreendemos.
Por preço vil vendemos a alma.
Sobre mesas, camas, covas, brilha o indiferente sol.
Entre sorrisos, a tristeza emerge na forma do amor
adulterado.
O que se salva é o que se perde.
Dentro do pranto, apelos obscuros se multiplicam.
A fuga do real abraça as coisas, sem possui-las.
Tudo é breve e definitivo.
À sombra do mundo errado, convém não esperar demais.
Cedo ou tarde, tudo se extravia.
Ser feliz ? Amar ? Miragens que
se dissolvem em dias ásperos, impuros silêncios.
Dia virá em que nada mais será lembrado.
E o esquecimento, ainda memória,
em resto dos restos se transformará,
fazendo da vida vivida a antivida,
ainda menos que o pó,
nada que valha a pena recordar,
em corações
que se estranham e se maltratam.
quem reinventará o amor ?
Há um tempo em que o tempo
parece não passar.
E há um tempo em que o tempo
parece voar.
Um tempo em que
tudo parece possível.
E outro,
na bacia das almas,
em que nada mais é crível.
Habitam dentro de nós
sonhos sempre adiados.
Pouca coisa resiste
ao ingresso à vida
que não foi vivida,
a renúncia de toda procura.
Pois eterno é o sentimento que nos
une e separa.
A tudo que não passa,
posto que não houve.
Quando me perdi já estava perdido,
o que era para eu ter sido.
Antes mesmo de haver nascido,
envelheceu antes de romper o novo.
Em tudo que se perde sem ter ganho.
No amadurecer longínquo,
voltando pelos caminhos em busca de mim,
procuro quem não vejo,
o que não existe mais.
Em sonatina exaltação,
o despertar num mundo programado
em softwares, backups.
Quem comporá uma nova nona sinfonia,
antológicos boleros,
Yesterday, Hey Jude ?
Quem reinventará o amor ?
domingo, 20 de outubro de 2019
SABEDORIA
Na guerra,
na prisão,
nos redutos do tráfico,
nos conflitos,
nas esferas do poder,
nas altas cortes,
nos subterrâneos da Internet,
é onde
melhor se conhece o homem.
É onde
o homem se conhece.
Em toda sua potencialidade.
Em toda sua bestialidade.
Fazendo coisas que até Deus duvida.
Algoz e vítima na autofagia do tempo.
Agonizando na hemorragia paciente da vida.
Sem saber o que sentir,
sem ao menos compreender
tantos sortilégios,
numa vida feita de inutilidades,
sábios e tolos,
engrossam o cortejo dos desgraçados.
Ante a lógica insana das coisas,
a sabedoria cega da inconsciência
é para onde tudo converge.
moeda de troca
Chega um tempo em que tudo se esgota,
tudo cansa.
As palavras se perdem, nada mais importa.
O que foi feito, o que foi dito,
não faz diferença.
A alma cativa e estéril não transige,
desafiando a razão.
Ah, quem dera esquecer a injustiça
que consome.
As coisas perdidas, muito mais que findas,
corrompidas.
Para que o coração humanizado
possa reviver,
e todo esse querer,
em moeda de troca transmutado,
um novo disfarce o amor escolher.
segunda-feira, 14 de outubro de 2019
atestado de burrice
Sondamos, especulamos,
para dar um sentido ao que não entendemos.
Ou seja, a quase tudo.
As coisas consumidas que ficam revoando, revoando,
no revolto universo dos pensamentos.
As convulsões de um amor não mais amado.
Bate às portas da loucura as trapaças do tempo.
A liturgia das infidelidades, o sono letárgico
das incertezas.
A razão absurda de viver veste a nova realidade.
Não há plano B para o amor que vive
no engano.
É falsa a ideia de afetos imorredouros.
Querer o bem de quem se ama nem sempre vinga.
O amor é egoísta e sacana.
Tudo quer, tudo exige, e quando não consegue,
afasta-se.
Desfigura-se até que se extingue.
Não há transparência nos quartos, na camas,
nas relações
impregnadas de atavismos seminais e psíquicos.
O desejo destrói a alma.
Todos querem a felicidade, mas é a infelicidade
que nos ensina.
Na realidade que transcende a tirania
E o que resta,
são apenas os velhos papéis sociais
A razão absurda de viver veste a nova realidade.
Não há plano B para o amor que vive
no engano.
É falsa a ideia de afetos imorredouros.
Querer o bem de quem se ama nem sempre vinga.
O amor é egoísta e sacana.
Tudo quer, tudo exige, e quando não consegue,
afasta-se.
Desfigura-se até que se extingue.
Não há transparência nos quartos, na camas,
nas relações
impregnadas de atavismos seminais e psíquicos.
O desejo destrói a alma.
Todos querem a felicidade, mas é a infelicidade
que nos ensina.
Na realidade que transcende a tirania
do amor e a liberação dos costumes,
o fracasso é inevitável.
E o que resta,
são apenas os velhos papéis sociais
que pairam
como um atestado de burrice.
como um atestado de burrice.
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