amor-pústula
Flores putrefactas adornam o lodo dos afetos.
Morada de baratas glabras,
ratos sub-reptícios,
serpentes ávidas.
Na vida infectada, sob a lei dos homens,
agoniza o coração ferido e desenganado,
abandonado pela sorte,
pelo amor conspurcado.
Amor-pústula, aniquilado pelo desejo sórdido.
Por prazer ou vingança ?
Nunca se sabe o que há do lado de lá
dos muros fatigados.
Dos afetos lacerados, crenças inocentes
de um tempo sem rostos e paisagens,
na dubeidade do amor imprudente,
gasto à revelia da razão.
Sigo meu caminho sozinho, sangrando,
a espera que o tempo
converta tudo em silêncio.