bela por fora, podre por dentro
Olhos vermelhos de peixe,
o rosto cansado denota a vigília,
recheada de velhos muros
e florações desbotadas.
A vida enxertada de amores epilépticos
queima o sol, afronta o vento.
A mão invisível do tempo bule a fronte
impregnada de docilidades.
A ressaca do amor vomitando a infidelidade.
Não é sequer respeitável aquela
a quem consagrei meu desvelo, meus melhores esforços
no sentido de conjurar a torpeza,
transformar a tristeza em beleza.
Bela por fora, podre por dentro.
A quem, por sorte, o velho coração relutou
em se entregar.
Sabedor, de outros carnavais, que rameiras não amam.
Amam só o dinheiro.