a paciência da espera
Aprendemos assim, na marra.
Quem hoje ri, amanhã chora.
Não se trata de destino, sina.
É apenas a vida que peregrina.
Como dizem os falsos oráculos
e adjuntos,
pombo e falcão não voam juntos.
Veio o verão sem sol.
Veio o plantio sem colheita.
Veio a negra indiferença.
Veio o amor sem esperança.
De que vale a vida sem o sorriso
de uma criança ?
O duro silêncio tudo acalma.
A palavra revisada emudece a mente.
O sujo e o feio de olhos esbugalhados.
A paciência da espera ignora
o terror da solidão.
O homem que tudo come
enche a barriga
mas não mata a fome.
Tudo é falso até que se prove
o contrário.
De nada em nada, il vento
come fa se tace.
Vão-se as folhas, e recria-se o novo.
Vagos, risonhos, fátuos sonhos.