o pedestal do tempo
O pedestal do tempo ajusta o painel da memória.
Entrelaçando manhãs bordadas de sóis anacrônicos.
Subvertendo tardes macias e sorrisos lacônicos.
É sempre o indizível que limpa os olhos
de quem não vê.
A luz das trevas desperta abismos que não dormem.
Nas tramas perduráveis, o assombro de ter sido
empreende novas jornadas,
em que o caos do altruísmo acovarda-se perante
o sofrimento do mundo.
O profundo envenena a certeza insatisfeita.
O que existe, não existe, sempre que incompleto e
ainda não amanhecido.
Aqui e ali, a exaltação incoerente precede a violência.
Tímpanos cansados ignoram o brado dos suicidas.
O ideal corrompe-se à toa.
O irreal degenera a linha do tempo, escalavrando
palavras fleumáticas.
Olho por dente
perfuram rins de chumbo.
Dente por olho
Genuflexo, modela-se as nádegas.
Fundo e sem nexo, o raciocínio ala-se
em epifanias depravadas.
O velho regozijo é melhor do que nenhum.
Quando a confusão chega no túmulo, tampa-se
o caixão.
E acoberte-se os escândalos.
Estamos entendidos ?