terça-feira, 4 de outubro de 2016

                         A RESPOSTA DAS URNAS


 Não poderia ter sido mais contundente a resposta das urnas à questão central que motivou as eleições municipais, e que de certa forma, não deixou de ter um caráter de plebiscito sobre a aprovação ou não da sociedade à deposição de Dilma e a criminalização da máfia petista pela Lava-Jato. Mais do que um formidável cala-boca à inconformada militância petista e, em particular, ao próprio ex-presidente Lula, cujas previsões de respaldo popular ruíram fragorosamente, a rejeição ao partido mesmo em grotões tradicionais deixou claro que golpe por golpe, calou mais fundo o da roubalheira e do estelionato eleitoral nas eleições presidenciais de 2014, engendrados pelo PT.

Não  que o repúdio ao petismo e a seus métodos signifique anuência e aprovação ao novo governo, e muito menos a absolvição da classe política por mazelas que na verdade envolveram quase todos os partidos. Nem mesmo para os dois mais votados - o PMDB conservando o maior número de prefeituras e o PSDB assumindo o protagonismo nos grandes centros urbanos -, cuja votação foi inferior ao número recorde de abstenções, quase metade do eleitorado.

Uma clara demonstração de descontentamento que não pode ser ignorada, e que como lembrou o presidente Temer, num rasgo de auto-crítica, não é apenas em relação ao PT, e sim a toda classe política. Algo que ficou explícito na surpreendente e inédita eleição já no primeiro turno de João Dória à prefeitura paulistana, e cuja condição de estreante sem dúvida fez a diferença.                                          















terça-feira, 27 de setembro de 2016

                      

                            A NAÇÃO QUE QUEREMOS
                    
                          

A exemplo do futebol, do tráfico de drogas e de certos gêneros musicais (?) que pontificam na cultura do lixo, a política é o caminho mais procurado para quem quer se dar bem na vida sem o devido estudo e preparo. 
Se para jogar bola, cantar (?), rebolar, ainda é preciso um certo dom, fazer política só requer lábia, cara de pau e disposição para por a mão na merda, como disse certa vez o ator petista Paulo Beti. O que de fato dispensa um currículo mais apropriado, como é o caso da grande maioria dos candidatos.  

Separar o joio do trigo num emaranhado de 450 mil candidatos, não é tarefa das mais fáceis, reconheça-se. Exceto, é claro, para os esquerdistas empedernidos e determinados a provar que o partido tem fôlego para se reerguer, e quem sabe voltar ao poder em 2018.
É, pois, nesse aspecto em particular que reside a importância das eleições municipais  :  aferir os efeitos práticos da grave crise institucional no eleitorado. Ou seja, avaliar até que ponto as manifestações de solidariedade a Dilma, os protestos ao governo Temer,  e agora, de desagravo a Lula e os indiciados pela Lava-Jato, tem algum peso para além do estreito horizonte da abduzida militância petista. 
Com o desgaste das siglas tradicionais - além do PT, o PMDB e o PSDB também estão na berlinda -, o cenário parece propício à rejeição das velhas e manjadas raposas e respectivos herdeiros políticos, que simbolizam o regime de ilicitudes que a parte sadia e majoritária da sociedade não tolera mais.  O que passa pelo resgate da atividade política conspurcada pelos malfeitos do petismo, mediante a escolha cuidadosa e criteriosa de nomes imbuídos e capazes de mudar esse estado de coisas.
Eis, portanto, o que está em jogo nessas eleições : sinalizar que tipo de nação desejamos. Se permanecer sob o velho e corrompido jugo esquerdopata, ou engajada na cruzada de moralização e depuração do meio político-governamental, encetada pela operação Lava-Jato.   


  






  


  

terça-feira, 20 de setembro de 2016


Momentos inesquecíveis : time do Clube da Ponta, campeão do torneio "Anos Dourados", em 1990.

domingo, 18 de setembro de 2016


                             
                                  COMPROMISSO



"Já tenho compromisso", me disse ela,
sem titubear, sem pestanejar,
fulminando assim não só meus planos
como minha autoestima.
Não que eu tivesse algo especial
ou mirabolante em vista.
A rigor, apenas o básico de sempre.
Que ela bem sabe o que seria...

Esperei o dia inteiro por uma ligação,
um torpedo,
mas ao invés disso
liguei e deu caixa.
Dancei, pelo visto.
O que terá acontecido ?
O que deu nela para me dispensar assim,
sem mais nem menos ?
Será que pintou alguém ?
Ou é só para me sacanear, dar o troco,
pelas vezes que a troquei por uma reles
pelada com os amigos.

"Já tenho compromisso", me disse ela,
sem imaginar a tristeza que me aflige
a decepção que me causa
por me ver assim descartado.
Exagero meu, talvez.
Afinal, desavenças e palavras ásperas
fazem parte de qualquer relação. 
Calou fundo, porém, o jeito como ela falou.
A indiferença, o desdém com que me rejeitou
como se tivesse realmente algo mais importante
para fazer.
Tão inadiável, 
para um sábado à tarde.

Logo ela que, não faz muito tempo,
deixava tudo de lado para ficar comigo.
Mesmo para não fazer nada de especial.
Apenas o básico, de sempre.








                      simples assim 
                                                 


Há dias que vale a pena viver.
Outros nem tanto,
mas há que suportá-los
por mais pesado que seja 

o fardo da rotina.
Do pega pra capar pela subsistência.

Há dias de ouro,
para serem valorizados
entre tantos que apenas passam
sem deixar lembranças, saudades.
Há dias perfeitos, de cuja simplicidade
nem nos damos conta.
Não reparamos quão belos são,
em seu escoar tranquilo, 
feito a chuva
que cai mansamente nesse fim de tarde.

Amo a chuva que cai languidamente,
enquanto espio da janela
o vaivém intermitente
das pessoas, dos carros que transitam    
pela avenida luzidia.
Amo a calmaria desses dias perfeitos,
a preguiça que me assalta,
o alarido de meu filho 
brincando no quarto ao lado.
Amo o perfume que exalas, mulher,
ao sair do banho.
Amo teu jeito de mulher-menina,
teu olhar de quem nada quer 
tudo querendo.

Olho em volta e vejo que não preciso 
de muita coisa para ser feliz.
Apenas dias assim, tranquilos, 
ao lado de quem amo.
Ao lado de quem faz 
a vida valer a pena. 






                                arte inesgotável
  

                  



Há um tempo para tudo na vida.
Para crescer, aprender. 
Perder e ganhar.
Há um tempo de mudar, outro de ficar.
De conhecer o mundo, há um tempo.
Há um tempo para amar - ah, bons tempos...

Viver, arte inesgotável,
requer prática e habilidade.



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