o maior dos enganos
Meu breviário de desatinos fulmina a ideia de querer
sem forte.
Meus versos semeiam a terra de tijolos.
Busco os contornos dos vazios, meine nacht ist meine licht.
A estética do fracasso me anima.
No fundo, o inimigo é quem melhor nos entende.
Não estranhe que uma pessoa que se mostra superior,
não passe de um embuste.
Tudo aquilo que não amamos ou deixamos de amar
acaba sendo decorativo, descartável.
Morrer tragicamente dá dignidade a vida, mas não nos redime.
O mistério impenetrável das coisas é o pó da estrada em que
conhecimento nenhum é suficiente.
Abster-se da ingênua crença no amor, eis o mote.
Tudo somado, vivi apenas para aprender o óbvio.
Que ninguém é de ninguém, e o maior dos enganos
é achar que ao outro conhece.