OS ARRIMOS DA CRIAÇÃO
Memórias e paisagens refinam-se em ambivalência.
Imprecações não são bem-vindas. Mas há exceções.
O fio da meada e o fio de Ariadne elucidam-se em frêmito.
Se as coisas não forem complicadas, que graça têm ?
Como já dizia meu pai, ninguém perde por ser cauteloso.
Se você não sabe, desaprenda.
Meus melhores versos Rimbaud já escreveu.
Nada do que eu supunha aconteceu.
Não fomos feitos para amar o próximo incondicionalmente.
Passeei invisível pelo shopping.
Habituar-se à lâmina, para não sentir o corte.
Habituar-se à divergência, para tolerar a incompreensão.
A virtude é uma causa perdida.
Depois da curtição, vem a ressaca sinestésica.
Lua nua em água lenta articula náiades concupiscentes.
Vontades infelizes vão além dos enganos. Continuam sem
medir a iniciativa e as consequências.
Benditas sejam as criaturas pacíficas, inermes, que não fazem
mal a ninguém,
crustáceos, moluscos, galináceos, toda a família
dos bovídeos, pássaros, caracóis, grilos, sapos, borboletas,
besouros...
Os arrimos da Criação.