domingo, 13 de agosto de 2017




            A REVOLUÇÃO PÓS-ORWELLIANA




(Publicado no site Observatório da Imprensa em 20/08/2013)

Na hipótese bastante plausível de que os animais sejam inteligentes, e que possam até comunicar-se entre si, creio que não seria nenhum despautério imaginar que também tenham certas reações comportamentais típicas dos humanos, entre as quais preocupações existenciais. Este, por sinal, foi o mote de um de meus livros favoritos, A Revolução dos Bichos, do guru George Orwell, cujo enredo, como todos sabem, consiste numa sátira ao regime  comunista da antiga União Soviética, que seduzia vários intelectuais da época. O que me leva a pensar como reagiriam os bichos diante da pândega que reina hoje em dia, e da virtual confirmação, com quase três décadas de atraso, da teoria do filósofo Francis Fukuyama, sobre o fim da história formal.

Fico imaginando o que Orwell diria sobre nossos tempos, de como a modernidade e seus valores prostituídos condicionam a vida das pessoas, e principalmente, que conotação daria a sua fábula nos dias de hoje. Em já não estando o autor disponível, e com a devida vênia, resolvi dar minha despretensiosa versão a respeito.

Tudo começa no galinheiro de uma recôndita fazenda, por volta das cinco da matina. Os primeiros raios de sol apontam no horizonte. Uma bela manhã se prenuncia. Uma leve bruma se espalha pelo campo. O ar é fresco e límpido. Ouvem-se os primeiros ruídos matinais. Os primeiros ruídos matinais ? Êpa ! Algo está fora do script. E o tradicional toque de despertar do galo, que costuma saudar o dia antes mesmo do sol raiar, e que até agora, neca de pitibiriba ? Terá perdido a hora ? Estará doente ? Ou coisa pior, partido desta para melhor ?

"Quase não dormi essa noite", respondeu o galo nefelibata à velha e fiel companheira, a galinha mais poedeira do pedaço, antes mesmo de ser questionado a respeito de seu inusitado silêncio. "Mas o que houve ? Teve algum pesadelo ?"
"Antes fosse. Pensamentos sombrios me vieram à cabeça, desses que nos assaltam de madrugada e fazem tudo parecer pior do que é, sabe ?"
"Sei."
"Pois é, comecei a pensar nas coisas que que estão acontecendo, na rapidez com que tudo está mudando, e cheguei a conclusão de que estou, estou..."
"Estou ?...Desembucha logo."
"Sei lá, acho que estou...obsoleto", disse por fim o galo, meio constrangido por se flagrar incomodado em proferir a palavra velho.
"Obsoleto ? Como assim, obsoleto ?, insistiu a galinha, sem atinar direito com o significado da palavra, mas sentindo que era algo sério, para deixar o galho velho tão acabrunhado. 
"Obsoleto, enferrujado,démodé, sacou", retrucou, algo irritado com a falta de perspicácia da interlocutora. Lerdeza, por sinal, típica da espécie, como já se sabia por Orwell.

Nisso, outros bichos foram se achegando. O pato vinha cantando alegremente, balançou o rabo e grasnou algo assim como "não esquenta, amigão. Isso passa". O cachorro aduziu, balançando o rabo. "Tá osso duro pra todo mundo, chefia."
"Mas tem nichos de mercado...", interveio o porco, para surpresa do galo. "Nichos de mercado? De onde você tirou isso, porquinho ?".
"Li na coluna da Miriam Leitão."
"Ah, sei. E o que mais ela disse ?".
"Disse que a especialização é imprescindível, que o caminho das pedras hoje em dia é se aprimorar no que faz."
"Não sei, não, porquinho. Esses entendidos costumam errar pra caramba, pois a teoria na prática é outra. Ser bom em seu ofício às vezes não basta, se a conjuntura não ajuda. Veja o meu caso, sou um galo de boa cepa, cumpridor de seus deveres, mas que adianta se minha função perdeu o sentido ? Se há opções mais baratas ?Hoje em dia é cada vez mais raro ouvir um galo cantando logo cedinho, e quando isso acontece há o risco de um espírito de porco...ops, desculpe, algum zé mané querer botar a gente numa panela. Isso é broxante. Melhor ficar quietinho, se fingir de morto."

"Sábias palavras, seu galo", consolou a coruja. "Vão-se os anéis mas ficam os dedos.Muitas coisas inimagináveis estão se tornando obsoletos, seu galo. A própria imprensa, quem diria. Logo os jornais desaparecerão, dando lugar a edições online, o que será uma pena pois o jornalismo impresso vai fazer falta. O que se ganha em rapidez e agilidade no jornalismo eletrônico, perde-se no esmero e na atemporalidade que caracterizam o jornalismo escrito." E esnobou : "verba volant, scripta manent" - a palavra voa, a escrita fica.

"Vixe, é por causa disso que aqueles jornalões que se empilhavam nas bancas estão cada vez mais magrinhos, raquíticos ? Com o quê vão forrar minha gaiola e a dos passarinhos ? Será que ninguém pensa nisso ?", protestou o papagaio, até então estranhamente quieto.
"Não fala bobagem, louro, que essa imprensa vendida e marrom não faz falta. Já vai tarde," fuzilou o rato, animando-se a sair da toca. "A imprensa só serve para atacar os coitados dos políticos, vê escândalos em toda parte só para fazer barulho, chamar a atenção. Se fosse verdade, estava todo mundo preso, pois não é tudo ladrão, hein. hein ?", completou, cofiando os bigodes. 
"Alto lá, ratazana ! Você não tem autoridade moral para falar uma coisa dessas", encrespou o gato, já pensando em unir o útil ao agradável, ou seja, papar o rato e ao mesmo tempo posar de politicamente correto.
"Calma aí, pessoal. Convém não esquecer que mesmo aqui no celeiro, estamos numa democracia, e todos tem direito de opinar. Quem quiser tumultuar que vá fazer parte dos black ploc, protestar em Brasília ou na frente da casa do Temer.  Nós, bichos, temos que ser civilizados, não podemos nos deixar influenciar pelos maus exemplos dos humanos. Posso estar obsoleto, fora de moda, enferrujado, mas, anotem aí : aconteça o que acontecer, nós os galos, temos uma imagem a zelar."

Dito isso, o celeiro ficou em polvorosa, a bicharada entrou em transe, e até a possibilidade de o galo desbancar o leão como símbolo do reino animal foi cogitada. Ainda mais depois do sarro que um certo macaco abusado tirou do rei das selvas, e cuja história e respectivas imagens, como não poderia deixar de ser, estão bombando nas redes sociais e You Tube. Para quem ainda não viu, passo a resumir :
Acostumado a brincar e zoar com todo mundo no zoológico, o macaco peralta foi desafiado a - digamos assim - chutar o traseiro do leão, para provar sua coragem. Aposta feita, o macaquinho esperou o tradicional cochilo do leão para cumprir seu intento. O que foi feito em meio a maior algazarra de toda bichara, atraída pelo insólito desafio.
O que se viu a seguir foi um corre-corre dos diabos, que rapidamente extrapolou os muros do zoológico e adentrou pelas vielas dos bairros adjacentes, com o leão doido para vingar a honra ferida. Corre pra lá, corre pra cá, e eis que o macaco se viu encurralado num beco sem saída. 
Com o leão nos calcanhares, enfiou a cara num jornal que achou no chão, e esperou pelo pior.
"Ei, neguinho. Por acaso viu um macaco entrando nesse beco ?," vociferou o leão, babando de raiva. Ao que o macaco folgado não resistiu e respondeu : "Por acaso é aquele macaco que chutou a bunda do leão ?"
"Caraca !! Não brinca que já saiu aí no jornal !? Tô ferrado ! A imprensa é foda !

Moral da história : quem muito encuca, vira motivo de galhofa ou funde a cuca.      





  



quinta-feira, 10 de agosto de 2017


                  AMOR À TODA PROVA

(Para minha irmã, Ingrid Berger)


Há momentos cruciais na vida em que repentinamente, tudo se torna insignificante, secundário, em que até mesmo as coisas triviais deixam de importar. Em que nos sentimos amargurados, impotentes, completamente à mercê da sorte ou seja lá o que norteia nossos passos nessa trôpega existência

É quando nos vemos num leito de hospital, acometidos por uma dessas enfermidades ou acidentes repentinos e inesperados, e tudo passa a girar em função do mais básico e primitivo instinto humano : a luta pela sobrevivência.

É quando nos damos conta da fragilidade de tudo que nos cerca, do tempo que desperdiçamos com problemas superestimados, com coisas e preocupações tolas, bestas, sem sentido. E sobretudo, da burrice de deixar que pequenas mesquinharias, preconceito, orgulho e outras bobagens se sobreponham à razão. Ao bom senso. Ao coração. Aos ditames do coração.

Porque a grande verdade que se revela nos momentos críticos, determinantes, é que, no fim das contas, o que realmente importa e se eleva acima de tudo, é o que emana do coração. É o que o coração inspira e nos diz. E não há nenhum outro lugar em que isso fica mais externado e explícito que um leito de hospital. No quarto de um enfermo. 

Locais onde se trava a luta mais ferrenha e desesperada de todas, despida de qualquer glamour e encantos : a luta pela vida. Mas em que a grandeza do ser humano se manifesta em sua plenitude, em forma de solidariedade, apoio, amparo moral, emocional e físico. Grandeza que transcende o âmbito do próprio amor romântico, pois inspirada em sentimentos cada vez mais raros nos dias de hoje : empatia e compaixão.

Em minha vida, passei por dois momentos delicados em que tive o conforto de pessoas dessa índole, que estiveram a meu lado quando mais precisei, numa meningite bacteriana que peguei aos 35 anos, e mais recentemente, uma cirurgia de quadril que me deixou fora de combate por alguns meses. Minhas duas ex-mulheres, as quais serei sempre grato por isso. Ambas por isso mesmo suspeitas, pode-se dizer, mas nunca será demais reconhecer e ter viva na memória o quanto foi importante e reconfortante tê-las a meu lado. Para me animar, confortar, me medicar, e até dar banho. Enfim, coisas que quem já passou por isso, sabe bem como são importantes.

Mas nada que se compare ao drama que minha irmã Ingrid vem enfrentando desde outubro do ano passado, quando foi diagnosticada com leucemia mieloide. Uma doença devastadora, como todos sabem, cujo tratamento extremamente agressivo, a base de várias sessões de quimioterapia, não só enfraquece a pessoa como destrói a sua auto-estima, pela perda de cabelo, de peso, e sobretudo, do estado de ânimo. Minha irmã perdeu 23 quilos nesse processo até aqui, não tem forças para nada, mas se recusa a desanimar, a perder a fé. 
Em parte, porque sempre foi obstinada e determinada, para o bem ou para o mal. Ao mesmo tempo guerreira e cabeça-dura. Mas principalmente pelo apoio que tem encontrado no filho Vinicius, que não só assumiu a responsabilidade de administrar a casa e cuidar das duas irmãs especiais, como incutir na mãe toda a força e otimismo de que seu amor é capaz. 
Um amor que não poderia estar sendo submetido a uma prova maior de resiliência e devoção, e que com certeza, tem sido o grande alento e motivação dela para não esmorecer em sua luta pela vida. Luta, por sinal e se Deus quiser, prestes a ser vencida. 

P.S. Contrariando as expectativas e ao próprio prognóstico médico, minha irmã acabou falecendo no dia 27/08 deste ano. Luta pela vida perdida, mas vida imortalizada na memória daqueles que dela jamais esquecerão.     

                 



            

segunda-feira, 7 de agosto de 2017


                       IMBECILIDADES


                  

São aproximadamente 2 bilhões de estrelas no universo, 2 bilhões de células no sangue de uma pessoa, 2 bilhões de neurônios, zilhões de moléculas, átomos, neutrinos, bóssons de higgs no conjunto da obra, e não obstante tamanha manifestação de grandiosidade e complexidade da vida, a espécie humana, que imaginamos estar no topo da cadeia evolutiva, se esmera em cometer desatinos, despautérios e atrocidades.

Um histórico interminável de imbecilidades, que noves fora a idolatria ridícula de ídolos de pés de barro, tem na barbárie recorrente e indiscriminada sua face mais hedionda, hipocritamente escudadas e manipuladas, quando não por diferenças politico-ideológicas, por não menos torpes motivações étnico-religiosas. Aberrações que em nossas eternas e deploráveis republiquetas bananeiras estão geralmente associadas à própria índole permissiva e leniente nativa, responsável pelo retrocesso verificado nas duas últimas décadas no continente, com a ascensão de um esquerdismo retrógrado e populista ao poder, em países que agora chafurdam em crises homéricas.
Excrescência que entre nós, resultou no regime mais corrupto e inescrupuloso de nossa história, felizmente não só escorraçado como criminalizado pela roubalheira promovida pelo petismo e seus comparsas. Entre os quais, ex-aliados talvez ainda mais bandidos e nocivos, os tais usurpadores do poder momentaneamente fora do alcance da lei, mas cujo lugar na história está de qualquer forma garantido ao lado dos gatunos que passaram para trás. 

É claro que a troca daquela grotesca senhora por outro refinado trapaceiro, nunca foi a ideal, mas que diante das opções (ou da falta delas), só a abduzida militância petista se nega a admitir que foi a saída menos ruim, ao menos para evitar desfecho semelhante ao descalabro verificado na Venezuela. Cujo regime de força e tirania, ainda assim, é publicamente apoiado pela cúpula petista.  O que só faz acentuar o grau de obtusidade, facciosidade e, diria até, degeneração partidária e ideológica encarnado pelo lulo-petismo.

Porque, vamos e venhamos : uma coisa é ser iletrado, ignorante; outro é ser intelectualmente desonesto, amoral. E os que defendem o petismo, em que pese todo seu histórico de falcatruas, mostram ser tão inescrupulosos e desprezíveis quanto os tais que roubaram mais do que podiam carregar. Tanto que foram desmascarados e devidamente responsabilizados pela força-tarefa que está lavando a alma do país.  


     

sábado, 5 de agosto de 2017


                                               PÃO E CIRCO





Há algo de muito surreal - para não dizer trensloucado - num mundo que se curva e reverencia um simples jogador de futebol como se fora alguma sumidade, divindade ou bem-feitor da humanidade. Digo simples jogador não para desmerecer o craque Neymar, mas pelo ofício em si, cuja importância se atém - ou deveria - a área do entretenimento e, portanto, longe de justificar a verdadeira histeria em torno da bilionária negociação que envolveu sua saída do Barcelona para o PSG.
Histeria generalizada e incrementada pelo massacrante bombardeio midiático que caracteriza esses tempos de comunicação massiva e instantânea, responsável por um culto de ídolos de pés de barro que beira a insanidade. Fenômeno, aliás, corriqueiro em todos os setores do mundinho de faz de conta do showbizz, ensejando a idolatria cega e irracional que alimenta a chamada era do espetáculo, que faz com que um simples futebolista receba honras nunca vistas num país que já foi palco de tantos eventos históricos.

Algo obviamente exagerado e desproporcional ao papel evasivo do futebol no contexto social, em que não obstante a paixão que desperta, no fundo não passa de uma válvula de escape para as vicissitudes da vida real. Ou como definiu Nelson Rodrigues, a coisa mais importante entre as coisas desimportantes da vida. Na prática, a versão moderna da velha política romana do pão e circo para entreter a galera. 
Tudo bem que diversão e lazer são necessários para segurar a barra da vida, e que o talento, assim como a beleza, merecem ser devidamente reconhecidos e exaltados. O que não impede que extravagâncias dessa natureza soem como aberração num mundo em que bilhões sofrem toda sorte de privações. E sobretudo, em que tantas profissões incomparavelmente mais importantes são tão subestimadas e desvalorizadas. 







sexta-feira, 4 de agosto de 2017

                                          ODE A SOLIDÃO






Quando deliberada ou opcional, a solidão não é necessariamente um mal. Ao contrário, às vezes pode ser até benéfica, terapêutica. 

O inconveniente na solidão é sentir-se sozinho mesmo cercado de gente, ignorado, isolado, sem ninguém notar ou se importar. 

Nada mais solitário do que sentir como se estivesse invisível, vagando em meio a rostos desconhecidos, ou pior ainda : ver-se como um estranho no ninho, entre seus entes queridos.

Ser sozinho não é problema, o problema é o isolamento do descaso, da ingratidão. É ser visto como mero coadjuvante, provedor, alguém de quem tudo se cobra, que corresponda as expectativas mais elevadas, sem as devidas contrapartidas.

A solidão pode ser uma benção ou maldição. Pode trazer paz ou desespero. Pode ser cura ou autoflagelação. 

Ser sozinho por gosto ou imposição é o detalhe que faz toda a diferença. Que nos fortalece ou destrói. Pois da mesma maneira que pode-se gostar de estar só, nada pode ser mais deprimente do que sentir-se excluído, rejeitado.

Ser só sem sentir-se abandonado, largado, um fósforo queimado, eis um desses desafios que a vida nos impõe no árduo caminho do autoconhecimento. Da busca de paz de espírito. 
De uma ainda que racionada, felicidade.  



                        OS DEZ ANTI-MANDAMENTOS





1. Ama a ti mesmo acima de todas as coisas, e Deus sempre que a coisa apertar.

2. Não invocarás o nome de Deus em vão, mesmo porque não adianta.

3. Seja um bom cristão, mas reserve o fim de semana 
para lazer sem dor na consciência, pois ninguém é de ferro.

4. Honrarás teus pais, ainda que se transformarem num estorvo.

5. Não matarás, desde que não queiram matá-lo.

6. Não cometerás adultério, mas há atenuantes.

7. Não roubarás mais do que possas carregar ou esconder.

8. Não levantarás falso testemunho, a menos que seja 
por uma boa causa.

9. Não desejarás a mulher do próximo, a não ser que valha muito a pena.

10. Não cobiçarás nem invejarás os bens alheios, mas como 
quem tem o supérfluo tem o alheio, reivindique sua parte.



sexta-feira, 28 de julho de 2017



                       
                    A BARRA DA VIDA






O que de pior pode acontecer a uma pessoa ? Perder o amor de sua vida ? Perder um ente querido, a família ? Perder a saúde ? As posses materiais ? Sei lá. São tantas as variáveis que evitamos até pensar e especular a respeito.
O fato é que estamos sujeitos e vulneráveis a tantos infortúnios que ao invés das lamentações de praxe, deveríamos ser gratos por esses dias que tendemos a achar tediosos e banais. No fundo, verdadeiras dádivas, pelo simples fato de não termos sofrido nenhuma dessas perdas irreparáveis.
Eis, pois, a grande e intrincada equação que muitas vezes passamos a vida sem conseguir equacionar : saber valorizar as coisas mais simples e corriqueiras. É claro que não há nada de errado em desejar e se empenhar para usufruir de uma vida opulenta e glamorosa, bem ao contrário, não fosse a ambição e a humanidade talvez ainda estivesse na idade da pedra.
O problema é divisar e se amoldar as situações que se apresentam, de modo a extrair o que a vida tem de melhor. O que independe de valores e bem materiais, pois se assim fosse, apenas os abastados, belos e famosos seriam felizes, e não é isso que se vê. Aliás, o que não faltam são casos e exemplos dos malefícios causados pela dependência dos padrões comportamentais e materiais impostos pelo modernismo.
A mensagem é óbvia : dinheiro e beleza são muito apreciados e bem-vindos, mas não são tudo. Na verdade, podem até atrapalhar se não forem adequadamente administrados, encarados como complemento e uma espécie de cortesia dos deuses, do destino, e que por isso mesmo, podem cessar a qualquer momento. 
Já os valores interiores são perenes e irremovíveis, e os únicos que nos permitem enfrentar a barra da vida sem desmoronar. 




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