sexta-feira, 1 de novembro de 2019
quinta-feira, 31 de outubro de 2019
O MARASMO EXISTENCIAL
Há coisas que duram quase uma eternidade.
Outras, acabam no nascedouro.
Boas ou ruins, tanto uma como outra
tem data de validade.
Quando muito, algum elo fica.
De resiliência ou conveniência.
No bojo de tudo, o grotesco desfile
de falsas virtudes.
A hipocrisia como pano de fundo.
A suposição de que o amor a tudo
supera
A hipocrisia como pano de fundo.
A suposição de que o amor a tudo
supera
é tão falsa quanto a ideia
de que há valores incorruptíveis.
Todos tem seu preço, e às vezes esse preço
é bem menor do que imaginamos.
Como se sabe, o cotidiano é um massacre,
e o véu que cobre a nudez moral
Todos tem seu preço, e às vezes esse preço
é bem menor do que imaginamos.
Como se sabe, o cotidiano é um massacre,
e o véu que cobre a nudez moral
não engana ninguém.
O acaso desarticula qualquer esperança
no sentido de consertar as coisas.
O abismo pode ser tanto o habitat
natural em que vivemos,
como entre as pernas de alguém
que desejamos.
O final é sempre o mesmo,
um contínuo retorno ao marasmo existencial.
A liberdade é intrinsecamente trágica.
(Adap. de ensaio de Luís Felipe Pondé)
O acaso desarticula qualquer esperança
no sentido de consertar as coisas.
O abismo pode ser tanto o habitat
natural em que vivemos,
como entre as pernas de alguém
que desejamos.
O final é sempre o mesmo,
um contínuo retorno ao marasmo existencial.
A liberdade é intrinsecamente trágica.
(Adap. de ensaio de Luís Felipe Pondé)
SERES VIRTUAIS
São tempos confusos, de valores difusos,
claustrofóbicos.
Na vida imensurável, o infausto, a morte
claustrofóbicos.
Na vida imensurável, o infausto, a morte
sem aviso prévio.
No mundo errado sem conserto,
"a secular injustiça não se resolve."
O tempo flui, impiedoso.
Tanta coisa à fazer e nada se faz
que não implique em concessões, desencanto.
Tempos de mentiras, crueldade, putaria.
Difícil passar incólume, não se corromper.
Resistir a tantos apelos.
Foi-se a vidinha simples e pacata,
o porto seguro da família, não obstante
o amor também se corromper,
na esteira dos frívolos valores vigentes.
Foi-se a gente confiável.
A vida honesta, decente.
Tudo metamorfoseado, atrelado à grotesca farsa
No mundo errado sem conserto,
"a secular injustiça não se resolve."
O tempo flui, impiedoso.
Tanta coisa à fazer e nada se faz
que não implique em concessões, desencanto.
Tempos de mentiras, crueldade, putaria.
Difícil passar incólume, não se corromper.
Resistir a tantos apelos.
Foi-se a vidinha simples e pacata,
o porto seguro da família, não obstante
o amor também se corromper,
na esteira dos frívolos valores vigentes.
Foi-se a gente confiável.
A vida honesta, decente.
Tudo metamorfoseado, atrelado à grotesca farsa
ensejada pela revolução tecnológica,
à ditadura nefasta dos meios de comunicação.
Na qual somos condicionados, cooptados,
compelidos a ser
mais seres virtuais do que reais.
à ditadura nefasta dos meios de comunicação.
Na qual somos condicionados, cooptados,
compelidos a ser
mais seres virtuais do que reais.
quarta-feira, 30 de outubro de 2019
utopias
fui semeando pela vida
as utopias de meus sonhos.
como era de esperar,
salvo raras exceções,
só colhi decepções.
não sei o que sobrou,
não sei no que me tornei,
não sei o que esperar.
só sei que nada mais quero ter
que não seja verdadeiro,
que não seja como um renascer
sem pena nem dor.
de tal modo que,
quando da vida não restar
senão uma pálida e bruxuleante luz,
não lembrem de mim com desdouro,
como um estorvo.
Se possível, a última das utopias,
de nada que não tenha sido digno.
e já me darei por feliz.
domingo, 27 de outubro de 2019
a sabedoria das crianças
(para meu filho, Breno)
É preciso ser humano para aprender
a colher da mesma árvore, amor e desengano.
De rompantes e loucuras ser íntimo.
Posto que o caminho da sabedoria
é o descaminho.
Aprender às avessas, de trás para frente.
Apanhando, perdendo, caindo.
Pois o que está em jogo
não é a verdade,
mas o indivisível nada
que corrói a existência.
Se já não estás na antiga morada,
se da antiga vida não resta mais do que
laços desfeitos e despojos,
remova os cadáveres dos sonhos, irmão.
Persegue outra presa, animal.
Depõe a bagagem, abraça a imensa vida.
A delimitação prévia dos espaços, abdique.
Cada dia é um novo dia,
um renascimento.
Chega o momento de deixar de ser aprendiz,
expectador.
E nessa nova dimensão,
na juventude ou na velhice,
dispense a palavra tosca.
Deixe, simplesmente,
que a sabedoria das crianças
resgate
o que a vida suprimiu.
laços desfeitos e despojos,
remova os cadáveres dos sonhos, irmão.
Persegue outra presa, animal.
Depõe a bagagem, abraça a imensa vida.
A delimitação prévia dos espaços, abdique.
Cada dia é um novo dia,
um renascimento.
Chega o momento de deixar de ser aprendiz,
expectador.
E nessa nova dimensão,
na juventude ou na velhice,
dispense a palavra tosca.
Deixe, simplesmente,
que a sabedoria das crianças
resgate
o que a vida suprimiu.
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