sonho de consumo
Náusea de espelho.
Náusea de mim mesmo.
Ecos de Borges a dessonhar as quimeras.
Esculpindo o indecifrável.
Fragmentos do limbo ensimesmam a melancolia.
Líquens deliquem em festins de felações impudicas.
O apogeu do epigeu faz jus à modernidade insuportável.
Detendo-se na espessa ausência rimbaudiana.
Poemar não é mais preciso.
A um passo do cadafalso, tudo que é falso range.
Exorbitâncias estupefatas liquefazem
o sangue de barata.
O descompasso premedita o inesperado.
Cai a noite e a lua demora.
Barcos exaustos retornam alados.
A calmaria assenhora-se das horas.
A ventania festeja a vitória e a derrota.
Eros ferozes despedaçam-se a vista de Lebos.
A tara de Tirésias é nosso sonho de consumo.