quinta-feira, 27 de julho de 2017
MEA CULPA
Ser sincero às vezes só complica a vida da gente. Digo isso por experiência própria, pelas tantas vezes que já decepcionei e magoei pessoas de minha estima por falar o que sinto e penso, impulsivamente, sem medir as consequências. Por me deixar levar por razões e motivações nem sempre razoáveis ou justificáveis, na medida que cada cabeça, uma sentença. Ignorar isso é pura idiotice.
Em minha defesa, o atenuante de ser um idiota bem intencionado, por assim dizer. Desagradável, inconveniente, radical, mas nunca leviano, sem motivos que não sejam calcados num aguçado, ouso crer, senso de justiça e auto-crítica. O problema é que ninguém, ou quase ninguém, gosta e aceita, numa boa, ser contrariado, criticado ou cutucado com vara curta.
Sim, porque ainda tem isso : sou useiro e vezeiro em cutucar onça com vara curta. Em arrumar sarna pra me coçar. Em parte, por força do velho ofício de guerra, o jornalismo que tantas coisas me ensinou; mas sobretudo, por questão de temperamento mesmo.
Nunca fui de levar desaforo para casa e engolir injustiça calado. O problema é que a essa altura do campeonato, macaco velho que já deu o que tinha que dar, ao invés de sossegar o facho, como se diz na gíria, inventei de criar esse blog para ocupar (e esquentar) a cabeça.
Blog que acabou se transformando num misto de inventário, confessionário, saco de pancadas, enfim, o fiel depositário da minha bagagem de vida. De lembranças, boas e más, resenhas, pensamentos e outras bobagens, como versos despretensiosos que nem ouso chamar de poesia.
Nos quais, de qualquer forma, abro temerariamente meu coração para dar vazão a sentimentos passados e presentes, permeados de idiotices que soam a tragédia, quando não passam de pasmaceiras.
Pois como já decretaram outros poetas mais graduados, amar é se ir morrendo pela vida afora...
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